“Na Venezuela, especificamente, estima-se que sejam necessários 650 milhões de dólares para a resposta humanitária”, de acordo com um comunicado divulgado, na segunda-feira, pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) na Venezuela.
No documento, o coordenador de ajuda de emergência, Martin Griffiths, disse ter ocorrido uma redução, em relação ao valor solicitado em agosto de 2022, de 795 milhões de dólares (738 milhões de euros).
“Esta redução deveu-se a decisões extremamente difíceis em 2023, para definir com maior precisão o pedido de financiamento e concentrar as nossas respostas nas pessoas que mais precisam”, explica.
“Este facto não deve, de forma alguma, ser mal interpretado como uma melhoria da situação humanitária global. Pelo contrário, definimos prioridades de forma implacável para chamar a atenção para onde acreditamos, enquanto comunidade humanitária, que os fundos devem ser direcionados”, disse Griffiths.
“Precisamos agora que os nossos doadores se empenhem ainda mais e financiem integralmente estes planos sólidos e rigorosos”, sublinhou.
Em 06 de dezembro, a Plataforma Regional de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), coliderada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pelo Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), indicou que são necessários pelo menos 1,47 milhões de euros para apoiar três milhões de refugiados e migrantes da Venezuela e comunidades de acolhimento, na América Latina e nas Caraíbas, em 2024.
A R4V disse que, apesar dos esforços feitos este ano, “quatro milhões de refugiados e migrantes da Venezuela na região ainda têm necessidades humanitárias, de proteção e de integração prementes, de acordo com a Análise Regional das Necessidades dos Refugiados e Migrantes (RMNA) 2023 da R4V”.
“A avaliação mostrou também que um em cada três venezuelanos na região não tem um estatuto regular ou a documentação necessária para aceder a empregos dignos, serviços de saúde, habitação ou educação”, acrescentou a R4V, na mesma nota.
“Em 2023, o Plano de Resposta prestou assistência e proteção humanitária e desenvolveu programas de integração socioeconómica para mais de dois milhões de refugiados e migrantes e membros das comunidades de acolhimento afetadas”, indicou.
Nos últimos anos, mais de 7,7 milhões de venezuelanos abandonaram o país, estando mais de 6,5 milhões em países da América Latina e das Caraíbas, indicou a R4V.
Os dados representam estimativas sobre refugiados, migrantes e requerentes de asilo venezuelanos com base em dados dos governos dos países que os acolheram, no entanto, como alguns governos não tomam em conta os venezuelanos sem estatuto migratório regular, “é provável que o número total seja mais alto”, disse.
Lusa