O presidente do Governo Regional da Madeira disse hoje, no Funchal, que Portugal deve utilizar o "peso da sua dimensão arquipelágica" para se afirmar no contexto marítimo ao nível das relações comerciais entre a Europa e os Estados Unidos.
"Portugal confere à União Europeia, pela sua dimensão arquipelágica, um peso importantíssimo no oceano Atlântico e a União Europeia precisa, mais do que nunca, do oceano Atlântico por questões de interesse", afirmou Miguel Albuquerque, na sessão de abertura da conferência "Madeira, as regiões ultraperiféricas e o Atlântico – conhecimento e cooperação para o crescimento azul".
O evento, organizado Governo Regional, a Embaixada de Cabo Verde em Portugal e o Diário de Notícias da Madeira, decorre na capital madeirense até terça-feira (11 de julho).
Miguel Albuquerque assegurou que a região autónoma está a "seguir" e a "cumprir" a estratégia do mar definida para o país, mas alertou que "é fundamental não cometer erros, nem precipitações, nem alterar legislações e dar tiros nos pés".
O chefe do executivo referia-se, em concreto, ao Registo de Navios da Madeira – MAR, que é já o terceiro da Europa, com mais de 530 inscrições, integrado no Centro Internacional de Negócios, onde se inclui a zona franca.
Por outro lado, destacou o investimento na produção de peixe em aquacultura, onde a região representa 64% do total nacional, devendo atingir em 2020 as cinco mil toneladas anuais.
Miguel Albuquerque vincou ainda a aposta e o esforço na manutenção de áreas protegidas, o último dos quais foi assegurar a presença da Polícia Marítima nas ilhas Selvagens, uma das primeiras reservas naturais criadas no país (1972).
"A estratégia do mar está a ser desenvolvida na Madeira", realçou, vincando que as relações comerciais entre a Europa e os Estados Unidos vão "obrigatoriamente" estreitar-se, que 90% do comércio mundial é feito por via marítima e que 60% da frota europeia passa pela costa portuguesa.
LUSA