“Na Venezuela, prevalece a impunidade dos crimes contra jornalistas (…) entre janeiro e outubro de 2023 registaram-se pelo menos 157 violações no país, nas seguintes categorias: agressões físicas ou verbais (81), discurso estigmatizante (66) e assédio judicial (10)”, explica o um comunicado divulgado em Caracas.
O IPYS faz referência ao caso do jornalista Roland Carreño, “que esteve detido durante quase três anos” e sublinha que “mostra como o próprio Estado pode fugir à sua responsabilidade na administração da justiça”.
“Foi detido em 26 de outubro de 2020 e libertado da prisão em 18 de outubro de este ano e acusado injustamente de conspiração, tráfico ilícito de armas de guerra, branqueamento de capitais e associação criminosa. Enfrentou um processo judicial repleto de irregularidades, como a manipulação de provas e atrasos processuais”, explica.
No entanto, “foi libertado após exatamente dois anos, 11 meses e 22 dias de detenção em três centros diferentes de Caracas”, mas “continua o processo contra si”.
“Os crimes contra repórteres acontecem no território nacional, o que não existe são castigos. Os responsáveis não assumem as consequências e permanecem impunes”, sublinha.
Segundo o IPYS “além disso, três profissionais da imprensa foram assassinados no país nos últimos anos”, José Gregório Urbina (10 de janeiro de 2022), Andrés Eloy Nieves Zacarías (21 de agosto de 2020) e José Carmelo Bislick (18 de agosto de 2020), mas os crimes “continuam por resolver e os autores destas mortes – na sua maioria – não foram levados à justiça”.
“Mais uma vez, exigimos que o Estado venezuelano iniciar e concluir as investigações correspondentes nos casos em que jornalistas tenham sido vítimas de violações dos seus direitos”, explica.
Por outro lado, o IPYS sublinha que “ser jornalista não deve representar um risco ou um perigo num país democrático”, a proteção e a segurança “devem ser garantidos a quem se esforça por informação e defender valores como a liberdade”.