A percentagem para este indicador foi de 45% em Espanha, enquanto em Itália foi de 42%, na Bélgica e em França de 33% e na Suécia 32%. Os valores mais reduzidos verificaram-se na Polónia e na Dinamarca (9%) e na Finlândia (13%).
O aumento dos preços da energia e do custo de vida elevaram os níveis de pobreza energética na Europa, segundo a mesma fonte.
“Em 2022, o número de europeus que não tinham condições financeiras para manter as suas casas adequadamente aquecidas aumentou para mais de 40 milhões (9,3% da população)”, lê-se no relatório, segundo o qual as pessoas de ascendência africana têm duas vezes mais probabilidade (14%) do que a população em geral (7%) de não terem condições financeiras para manter as casas aquecidas.
As proporções mais elevadas registaram-se em Espanha (34%), Portugal (25%) e Itália (18%). As mais baixas, na Polónia (2%), Suécia (4%) e Dinamarca (5%).
Os relatores analisaram as respostas de mais de 6.700 pessoas de ascendência africana que vivem em 13 estados membros da União Europeia (UE): Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Espanha e Suécia.
Em média, 17% dos inquiridos vive em habitações com infiltrações no telhado, paredes, chão ou fundações, com mofo e humidade, ou caixilhos de janelas em más condições. O valor é superior à taxa da população em geral (15%).
“Estas más condições são mais frequentes entre os afrodescendentes que vivem em Portugal e menos notórias na Suécia (3%) e na Polónia (1%)”, de acordo com os autores do relatório. ”Isto pode estar relacionado com a percentagem muito elevada de pessoas de ascendência africana que vivem em habitação social ou pública na Suécia (64%) e com a elevada taxa de inquiridos que vivem numa propriedade que possuem na Polónia (36%), na sua maioria sem hipoteca”, admitiram.
Em relação à discriminação sentida por estas pessoas, em geral, quase metade dos entrevistados de ascendência africana (47%) sentiu-se discriminada por um ou mais motivos nos cinco anos anteriores ao inquérito e mais de um terço (36%) sentiu-se discriminado no ano anterior ao inquérito.
Os níveis mais elevados registaram-se na Áustria (67% nos 12 meses anteriores ao inquérito e 76% nos cinco anos anteriores) e na Alemanha (65% e 77%, respetivamente). Os inquiridos em Portugal, na Polónia e na Suécia (13) registaram os níveis mais baixos de discriminação por qualquer motivo em ambos os períodos.
O perfil religioso dos entrevistados varia entre os 13 países. Os inquiridos de ascendência africana são predominantemente cristãos em países como a Irlanda (82%) e Portugal (78%) e predominantemente muçulmanos noutros, como a Suécia (79%) e Espanha (47%).
Ao nível do sistema de ensino, Portugal foi um dos países onde se observou menor discriminação.
“Globalmente, cerca de um em cada cinco inquiridos (18%) que estiveram em contacto com estabelecimentos de ensino sentiu-se discriminado racialmente nesses ambientes nos cinco anos anteriores ao inquérito. Cerca de um em cada oito entrevistados (13%) sentiu o mesmo no ano anterior ao inquérito. Para as experiências mais recentes (12 meses antes do inquérito), as maiores proporções estão na Alemanha (37%) e na Áustria (32%), e as mais baixas estão na Polónia e em Portugal (2% em ambos os países)”, destacaram os investigadores.
Lusa