“Vou convocar um Governo de unidade nacional no dia 10 de dezembro como presidente, apelando aos melhores, independentemente da sua força política”, disse Massa, perante centenas de militantes.
Com 98,5% das mesas contabilizadas, Massa obteve 36,7%, seguido pelo economista ultraliberal Javier Milei, com 30%, e pela candidata da coligação de centro-direita Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich, que somou 23,8%.
Sergio Massa, que é ministro da Economia desde julho de 2022, agradeceu a quem votou nele no domingo, mas também apelou a quem não votou ou optou por outros candidatos.
Patricia Bullrich recusou-se a felicitar abertamente Sergio Massa, mas não manifestou apoio explícito a Javier Milei.
Sergio Massa prometeu construir “regras claras face à incerteza”, “mais ordem, mais segurança, não improvisação”, com desenvolvimento produtivo, com federalismo e maior participação das províncias, e com empresários e trabalhadores sentados à mesma mesa.
“Precisamos de um país que aumente as exportações com valor acrescentado para fortalecer as suas reservas, para consolidar a sua moeda”, enfatizou o candidato.
Massa prometeu trabalhar para melhorar a renda dos trabalhadores por conta de outrem, daqueles que ainda estão na “economia popular” e dos reformados.
Apesar da derrota, Javier Milei, que era apontado como favorito pelas sondagens, disse hoje ter feito uma "eleição histórica": “Ter feito a melhor eleição da história para o liberalismo na Argentina enche-nos de orgulho”
O candidato “antissistema” lembrou que conseguiu montar o movimento Avança a Liberdade em “apenas dois anos” e que no domingo conseguiu eleger 40 deputados e oito senadores nas duas câmaras do parlamento da Argentina.
Milei apelou ao apoio dos apoiantes de Patricia Bullrich na segunda ronda, marcada para 19 de novembro: “Todos nós que queremos a mudança temos de trabalhar juntos”.
“Durante todos estes meses, a campanha fez com que muitos de nós que queríamos mudanças nos sentíssemos confrontados”, disse o economista.
"Vim para acabar com este processo de agressão e ataques. Estou disposto a fazer uma ficha limpa, embaralhar e dar novamente", anunciou o candidato.
"Para além das nossas diferenças, o que temos que entender é que temos uma organização criminosa diante de nós”, acusou Milei.
O ultraliberal acusou os seguidores da vice-presidente e ex-presidente (2007-2015), Cristina Fernández, de fazerem parte de um “Governo de criminosos que querem hipotecar” o futuro “para permanecer no poder” e “aprofundar o declínio” da Argentina.
Lusa