No regresso dos debates quinzenais ao plenário da Assembleia da República, que voltaram hoje com um novo modelo, a deputada do BE Mariana Mortágua começou a sua intervenção pela questão de Israel, considerando que Portugal tem “o dever de condenar os crimes, sejam eles os crimes cometidos pelo Hamas como pelo Estado de Israel”, mas também de “apelar a um cessar-fogo imediato” e de “reconhecer o direito palestiniano”.
Na resposta, António Costa afirmou que “Portugal tem uma posição clara, pública e conhecida” sobre a Palestina e recordou que condenou “de forma inequívoca o atentado terrorista e a barbaridade cometida pelo Hamas sobre Israel”.
“A reação de Israel tem que respeitar escrupulosamente aquilo que é o direito internacional e em particular o direito humanitário. Israel, ao fazer o cerco que está a fazer à Faixa de Gaza, privando crianças, mulheres e homens de acesso à água, de acesso à eletricidade, está a violar as normas do direito humanitário”, sustentou.
Para o primeiro-ministro, “as vidas não são diferentes sendo um israelita ou sendo um palestiniano”.
“A vida é a vida, é sempre sagrada. Temos sempre que a proteger e condenamos quem quer que seja que atente contra a vida humana”, disse Costa.
Na opinião de Costa, "é fundamental o cessar-fogo, é fundamental a abertura dos corredores humanitários, é fundamental que Israel e o Egito assegurem a evacuação das populações que forem necessárias evacuar e é fundamental também garantir o apoio humanitário".
"E por isso apoiámos a decisão da União Europeia de triplicar a ajuda humanitária à população de Gaza. Para nós, o princípio dos dois estados tem que ser respeitado e assim que a guerra termine é preciso dar espaço à diplomacia para reconstruir a paz e uma paz justa e duradoura para todos na região", enfatizou.
Na intervenção, a bloquista começou por afirmar que "depois do terror dos crimes cometidos pelo Hamas", se assiste "agora à continuação de um genocídio ao povo de Gaza".
"Isto não é a defesa de um país, isto é uma punição coletiva sobre os palestinianos, isto é um massacre de milhares de civis, de milhares crianças, assassinatos de jornalistas, de representantes da ONU e tudo isto com a cumplicidade das mentiras reiteradas da extrema-direita", criticou Mortágua.
Lusa