O relatório do ICNF indica que, entre 1 de janeiro e 30 de setembro, deflagraram 7.191 incêndios rurais que resultaram em 33.031 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (18.888 ha), matos (12.006 ha) e agricultura (2.137 ha).
”Comparando os valores do ano de 2023 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 43% de incêndios rurais e menos 65% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2023 apresenta, até ao dia 30 de setembro, o 2.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 3.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2013”, precisa o relatório provisório de fogos rurais.
Em relação ao mesmo período de 2022, este ano registaram-se menos 2.825 fogos florestais e ardeu menos 76.661 hectares, refere o documento, adiantando que, na última década, foi em 2021 que deflagraram menos incêndios, num total de 7.108, e a área ardida foi inferior em 2014 (22.372 ha), e em 2021 (26.718 ha).
Segundo o ICNF, 84% dos incêndios rurais deste ano tiveram uma área ardida inferior a um hectare, tendo apenas se registado quatro fogos com uma área ardida superior ou igual a 1000 hectares.
Os maiores incêndios que ocorreram este ano foram o de Odemira, que começou a 05 de agosto e consumiu 7.513 hectares, e o de Castelo Branco, que também teve início a 4 de agosto e ardeu 6.553 hectares.
O relatório indica também que os distritos com maior número de incêndios este ano são o Porto (1 450), Braga (673) e Viana do Castelo (590), mas em qualquer um dos casos são maioritariamente de reduzida dimensão, enquanto os mais afetados em área ardida são Castelo Branco, com 7. 433 hectares, cerca de 23% da área total, seguido de Beja, com 5.908 hectares (18% do total), e de Faro, com 2 652 hectares (8% do total).
De acordo com o ICNF, agosto foi o mês, até à data, que apresenta o maior número de incêndios rurais, com um total de 1.768 incêndios, bem como o maior em área ardida, com 22.034 hectares.
O relatório dá ainda conta das causas dos incêndios, tendo sido investigados até ao momento 87% do número total de incêndios registados este ano e que foram responsáveis por 97% da área total ardida.
Segundo o ICNF, as causas mais frequentes dos incêndios deste ano são as queimas e queimadas (40%) e o fogo posto (incendiarismo – imputáveis) (28%).