“O MPT defende as forças de segurança de um modo geral. São estes homens e mulheres que com tão pouco fazem muito, todos os dias. Dão o seu melhor com pouco, mas os governantes deturpam, ludibriam com várias promessas que não se realizam”, disse Ruben Jardim, bombeiro na Madeira, que é o 9.º candidato na lista do Partido da Terra.
As promessas não concretizadas, acrescentou, foram feitas aos bombeiros profissionais ao longo de quatro anos.
Ruben Jardim referia-se a notícias divulgadas nos últimos dias nos matutinos madeirenses dando conta de que, depois de o Governo Regional (PSD/CDS-PP) ter criado um grupo de trabalho para preparar o estatuto próprio dos bombeiros das sete associações humanitárias de corporações com voluntários na região, a medida foi agora adiada para 2024.
“Basta olhar para os jornais de ontem e de hoje [para ver] que andaram a enganar este tempo todo os bombeiros”, insistiu, lamentando que o executivo madeirense permita a manutenção da desigualdade nas forças de segurança e socorro.
“Os bombeiros profissionais das associações mistas, com duas valências – uma voluntária e uma profissional -, fazem exatamente a mesma coisa que os bombeiros profissionais nos sapadores e têm tantas desigualdades, não têm carreira”, sublinhou.
Para o MPT, o mesmo trabalho deve equivaler aos mesmos salários e regalias, sobretudo a reforma aos 60 anos, já que está em causa uma profissão de desgaste rápido.
O partido rejeitou a “exploração do homem pelo homem, que é o que tem vindo a acontecer ao longo dos tempos”.
É preciso, no seu entender, lembrar que estes profissionais atuam na linha da frente nas pandemias, nas cheias e nos grandes incêndios, e fazem resgaste, inclusive de animais – estão presentes em várias situações “em que a população precisa de ajuda e não é ajudada pelos governantes”.
“O MPT defende isto e irá defender sempre, sempre a linha da frente: sempre os bombeiros profissionais das associações, a Polícia de Segurança Pública, a GNR. Todas as forças que existem no nosso país, na nossa região, serão sempre defendidas pelo MPT”, assegurou.
O MPT já esteve presente no parlamento do arquipélago, mas em 2015 e 2019 não conseguiu eleger deputados, esperando agora regressar ao hemiciclo.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
Lusa