A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje, por unanimidade, seis votos de pesar pela tragédia e vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande, associando-se ao minuto de silêncio nacional decretado às 13:00.
O presidente do parlamento madeirense, Tranquada Gomes, declarou que a Assembleia da Madeira, "em consonância" com a proposta do presidente da Assembleia da República, "associa-se ao minuto de silêncio às 13:00", recordando a "solidariedade que o Estado teve com a Madeira" aquando dos incêndios que se verificaram na ilha, em agosto de 2016.
A deputada do PCP da Madeira Sílvia Vasconcelos opinou que "a natureza não pode ter sempre as costas largas" neste tipo de situações.
Por seu turno, o deputado independente (ex-PND), Gil Canha, considerou que "deveria haver demissões no Governo", porque também existem "responsabilidades" a apurar.
Roberto Almada (BE) declarou, entre outros aspetos, que "este é tempo de solidariedade" e de "reforço da prevenção", defendendo que se deve acabar com a "eucaliptalização do país" e com os terrenos baldios.
"Demasiado falta fazer após a desgraça de agosto" na Madeira, com os incêndios que provocaram três mortos, um ferido grave, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em 157 milhões de euros, vincou.
O deputado bloquista madeirense sugeriu ainda uma "ação concertada" entre o Governo Regional da Madeira e as câmaras municipais do arquipélago.
O voto de pesar do grupo parlamentar do PSD/Madeira expressa a solidariedade da região, apontando que este arquipélago "compreende bem o sentimento de perda causado pela força da natureza ou de origem criminosa" que tomam grandes proporções devido a "condições atmosféricas adversas".
Destaca "o trabalho louvável das autoridades públicas e civis envolvidas no combate" aos incêndios e no apoio às pessoas afetadas.
O voto do PS/Madeira também realça este trabalho e regista "a rápida e competente resposta do Governo da República, na pessoa do primeiro-ministro, que prontamente se deslocou ao terreno e alocou à região e às suas populações vastos meios do Estado".
A bancada do CDS/Madeira expressa "o mais profundo pesar aos familiares das vítimas", considerando que "Portugal está de luto" e recorda que a Madeira "ainda tem muito presente o sentimento de perda, dor e sofrimento causados por catástrofes naturais".
O JPP acrescenta que esta situação "veio mostrar as fragilidades de um ordenamento florestal completamente vulnerável aos riscos de incêndios" que ocorrem todos os anos.
O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.
Quarenta e sete pessoas morreram na Estrada Nacional 236.
O fogo começou em Escalos Fundeiros e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
Este incêndio já consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
LUSA