Embora os números não sejam oficiais, e poder haver ainda uma correção nas medições, dizem os meteorologistas que os valores podem indicar um recorde, já que um estudo de 2020 indicou 37,6 graus na Baía do Kuwait, em julho de 2020, como a temperatura mais alta já registada.
Na Florida, a leitura inicial numa boia na Baía de Manatee atingiu os 38,4 graus celsius na segunda-feira à noite, de acordo com o meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia, George Rizzuto. No domingo à noite, a mesma boia mostrava uma leitura online de 37,9 graus celsius. "Parece plausível", disse George Rizzuto. "É um potencial recorde".
A apenas 40 quilómetros de distância, os cientistas observaram os efeitos devastadores da água quente prolongada que rodeia a Florida, com o branqueamento de corais e mesmo alguma morte no que tinha sido um dos recifes mais resistentes de Florida Keys.
"Isto é uma banheira de água quente. Gosto da minha banheira a rondar os 37,8, 38,3” graus celsius. Foi isso que se registou ontem", disse o meteorologista Jeff Masters, acrescentando: “Nunca vimos um evento recorde como este antes".
Os meteorologistas dizem que as temperaturas podem não ser aceites como um recorde, porque a área é pouco profunda, tem ervas marinhas e pode ser influenciada por terras quentes no vizinho Parque Nacional Everglades.
Mas alertam para o branqueamento e mesmo morte de corais.
Até à década de 1980, o branqueamento dos corais era praticamente desconhecido em todo o mundo, mas hoje tornou-se rotina, alertam os meteorologistas.
As temperaturas da superfície do mar em todo o mundo bateram recordes mensais de calor em abril, maio e junho, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). E no Atlântico Norte as temperaturas estão cinco a seis graus celsius mais quentes do que o normal, em alguns locais perto da Terra Nova.