A Fenprof anunciou hoje em comunicado que enviou uma carta ao ministro da Educação, João Costa, na qual expõe vários problemas relatados pelos seus associados sobre a classificação das provas de aferição digitais dos alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos.
Perante as denúncias, a Fenprof pediu “a intervenção imediata” do ministro junto do Júri Nacional de Exames (JNE) e dos diretores escolares para que sejam “acautelados prazos adequados para a classificação das provas de aferição e garantidas as condições para que os professores as possam classificar sem qualquer outro serviço atribuído”.
Segundo a Fenprof, houve professores que foram tardiamente notificados sobre o acesso à plataforma de classificação ‘online’ e outros que tiveram dificuldades em aceder à plataforma ou que encontraram informação desformatada, “impedindo a classificação” dessas mesmas provas.
Apesar de a classificação das provas e exames ser considerada uma função prioritária em relação a “quaisquer outras atividades na escola”, os classificadores dizem que lhes foram atribuídas outras tarefas para o período em que deveriam estar focados na avaliação, acusa a federação.
Em comunicado, a Fenprof volta a criticar algumas das características das provas de aferição, tais como o facto de serem cada vez mais parecidas com provas de exame finais.
“O caráter universal da aplicação que não é necessário à concretização desta forma de avaliação, o momento da sua realização que sobrecarrega e condiciona o final do ano letivo e o recurso a docentes para sua classificação coincidentemente com o desenvolvimento de outra atividade docente”, defende a Fenprof, que fala em “inutilidade prática”.
O Ministério da Educação tem explicado que as provas de aferição são universais porque servem também para identificar as fragilidades de cada aluno e assim tentar colmatar as suas falhas a meio dos ciclos de estudo em que se encontram.
Em carta dirigida ao ministro da Educação, “a Fenprof acusa o governo de irresponsabilidade, ao não atender às críticas, avisos e dúvidas” levantadas por professores, encarregados de educação diretores de agrupamentos e especialistas do setor.
A federação representativa dos docentes acusa a tutela de ser obstinada no processo de desmaterialização da avaliação externa, designadamente nas provas de aferição, que este ano foram realizadas em formato digital por todos os alunos, estando previsto o alargamento da medida às provas do 9.º ano (em 2024) e aos exames nacionais do ensino secundário (2025).
Lusa