“A Honda decidiu participar no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 como fornecedor de motores, a partir da época 2026”, afirmou o presidente da Honda, Toshihiro Mibe, que assumiu o regresso às corridas como “um meio de estudo” para o desenvolvimento dos seus produtos.
A construtora nipónica deixou a Fórmula 1 em 2021 para se concentrar na descarbonização dos seus automóveis, apesar de manter um acordo de manutenção técnica até 2025 com a Red Bull, a quem forneceu motores até à sua última retirada.
A partir de 2026, já com a Aston Martin Aramco Honda na grelha de partida, a Fórmula 1 vai tornar obrigatório o uso de combustível 100% neutro em carbono, tendo em vista a neutralidade carbónica total em 2030.
Esta mudança “está em linha com a direção da Honda sobre a neutralidade de carbono e tem grande importância para o desenvolvimento de tecnologias futuras para o conseguir”, acrescentou a construtora, em comunicado.
Em conferência de imprensa, Toshihiro Mibe admitiu que muitos jovens engenheiros “expressaram o seu desejo de aceitar novos objetivos” e considera que a empresa pode “valorizar-se com a participação na Fórmula 1”.
“A união à Honda é a última peça do puzzle para colocar a Aston Martin como uma equipa de primeira, capaz de conquistar títulos mundiais”, afirmou o proprietário da escuderia britânica, Lawrence Stroll, presente na mesma conferência.
O canadiano agradeceu a confiança da Honda, “por ter visto potencial” nesta aliança, recordando o percurso dos nipónicos no ‘Grande Circo’, com seis títulos de campeão do mundo de pilotos (três por Ayrton Senna, um por Nélson Piquet, um por Alain Prost e outro por Max Verstappen), outros tantos de construtores (Williams e McLaren) e 89 vitórias em grandes prémios, desde 1964, pouco depois de colocar no mercado os seus primeiros automóveis.
A Honda deixou a Fórmula 1 pela primeira vez em 1968, regressou em 1983, voltou a sair em 1992, na sequência da crise que afetou o Japão, retomando como escuderia em 2000, numa experiência que durou oito anos, até o colapso do Lehman Brothers ter levado a empresa a retirar-se novamente.
Voltaria em 2015, para fornecer motores para a McLaren e, quatro anos depois, aliou-se à Red Bull, com a qual mantém o acordo de assistência apesar da saída como fornecedor tecnológico em 2021, igualmente válido com a Alfa Tauri.
Estas duas escuderias vão passar a ser equipadas pela Ford, sendo que, aliado ao anunciado regresso da Honda, deve juntar-se um terceiro gigante dos construtores, os alemães da Audi, que, também a partir de 2026, devem regressar à categoria rainha do desporto automóvel através da Sauber (atualmente Alfa Romeo), a Ferrari, Mercedes e Renault (Alpine).
Lusa