"Temos relações económicas que são intensas, apesar de estarem ainda longe de cumprir o seu potencial. Quando falamos de relações sólidas, referimo-nos a relações permanentes, bem ancoradas em sentimentos de proximidade e a consciência de já termos vivido muito juntos. Conhecemo-nos, mas tal como acontece em todos os bons casamentos, devemos estar sempre atentos e disponíveis para aprender e aprofundar. É esse o caminho que devemos trilhar juntos", afirmou João Gomes Cravinho, na sessão de encerramento do Fórum Económico Portugal-Angola, que decorreu hoje no Porto.
À margem do fórum, o ministro afirmou aos jornalistas que as relações entre os dois países "são muito sólidas", mas que "falta cumprir o imenso potencial", lembrando que a economia angolana está, neste momento, "em transformação", assim como a portuguesa, sobretudo ao nível das exportações.
"Com a economia angolana em transformação este é um momento extremamente oportuno para se fazer o ponto de situação, perceber o que se está a mudar e quais as novas oportunidades", referiu.
João Gomes Cravinho destacou que o fórum realizado no Porto permitiu aos empresários portugueses compreenderem as "perspetivas" que existem nos próximos anos em Angola, assim como a "abertura de oportunidades em novos setores".
"Creio que [essa abertura] torna Angola um caso muito interessante para a atenção das empresas portuguesas", referiu, destacando setores como a agricultura, as energias renováveis, farmacêutica, têxtil e calçado.
"Há uma panóplia de áreas, algumas já muito conhecidas, mas outras por explorar", notou João Gomes Cravinho, que em junho irá acompanhar o primeiro-ministro, António Costa, numa visita a Luanda para assinar o novo pacote de cooperação estratégica.
Antes da intervenção do ministro, foram abordados os instrumentos financeiros de apoio ao investimento num debate que contou com a presença do secretário de Estado do Tesouro e Finanças de Angola, Ottoniel Santos, da presidente do Banco Português de Fomento, Celeste Hagaton, da diretora do Departamento de Cooperação e Relações Internacionais (GPEARI-MF), Ana Barreto, e do administrador executivo do Banco Caixa Geral Angola (BCGA), Francisco Oliveira.
Segundo o secretário de Estado do Tesouro e Finanças de Angola, o Governo angolano está neste momento a "priorizar" os projetos a realizar no âmbito da linha de crédito garantida pelo Estado português, sendo que o objetivo do executivo é "flexibilizar os requisitos no acesso à linha".
"Estamos a entrar no processo de normalização, trabalhando de forma alinhada para que estes projetos possam começar a conhecer as devidas desmobilizações", referiu, notando que desde a assinatura do acordo já foram aprovados projetos no valor de 500 milhões de dólares (cerca de 461 milhões de euros).
Lusa