"Um sistema público de subvenção deve ter como prioridade focar na formação profissional, na eliminação progressiva da precariedade do vínculo laboral, na melhoria do rendimento do profissional junto das empresas de comunicação social. Sim, também para a valorização tecnológica e modernização, mas o foco prioritário deve estar nestes elementos de valorização de recursos humanos", afirmou José Manuel Bolieiro.
O chefe de executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM falava no discurso de encerramento do I Congresso dos Jornalistas dos Açores, que terminou hoje em Ponta Delgada, com uma homenagem ao professor e jornalista Mário Mesquita, que morreu em 2022, e a indicação de que, cumprindo o seu desejo, parte da sua biblioteca pessoal será doada à região.
"Com certeza, será um legado de investigação e saber muito importante para nós", afirmou Bolieiro, após a intervenção de Ana Mesquita, filha de Mário Mesquita, que nasceu em Ponta Delgada em 1950.
Quanto ao jornalismo de hoje, o chefe do Governo Regional referiu-se a um "capital de qualidade" na região e à necessidade de "assumir uma responsabilidade pública" que o aproveite.
Daí a intenção de dirigir "a prioridade da subvenção" regional à "valorização dos recursos humanos", defendeu, referindo a necessidade da realização de "conferências, congressos e formação contínua".
"O governo assume a responsabilidade não de interferência mas de subvenção transparente ao serviço da democracia", observou.
Para Bolieiro, "o escrutínio democrático que o jornalismo potencia é bem-vindo e deve ser feito com rigor, objetividade e capacidade cultural de gerar conhecimento".
"Quando uma parte significativa da subvenção regional se dirige à comunicação social privada, não posso prescindir, em nome de um Estado responsável, de fazer valer a importância das obrigações de serviço público da rádio, televisão e da agência noticiosa [Lusa] nos Açores", afirmou.