Na terça-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considerou "estranho" que o Governo da República tenha enviado para a região autónoma dois helicópteros de combate a incêndios florestais sem informar o executivo regional.
Em declarações aos jornalistas ontem em Viseu, o secretário de Estado, Jorge Gomes, disse ter havido "alguma desinformação ou alguma falta de conhecimento" e que a decisão de levar os dois helicópteros para a Madeira mais cedo do que o previsto partiu da empresa que está responsável por fazer os testes, para apurar a sua eficácia no combate a incêndios florestais no início de maio.
"Também ficámos surpreendidos. Nós só tivemos conhecimento de que dois helicópteros se encontram na Madeira porque os serviços regionais de proteção civil perguntaram à proteção civil nacional o que é que estavam lá a fazer", relatou.
Segundo Jorge Gomes, a Autoridade Nacional de Proteção Civil contactou a empresa e obteve a justificação de que os dois helicópteros já se encontravam estacionados na Madeira "por razões logísticas".
"O contrato que existe para os testes é para os dias 30 (de abril), 01 e 02 (de maio). E o dia 30 é só o dia de chegada. Até porque o outro meio aéreo, que é o meio aéreo de asa fixa, ainda não está na ilha da Madeira", explicou, acrescentando que a empresa não tinha de avisar da chegada antecipada dos helicópteros, porque estes não são do Estado.
O secretário de Estado sublinhou que as relações institucionais com o Governo Regional da Madeira "são as melhores" e que "não houve problema rigorosamente nenhum", estando neste momento o programa dos testes "todo na mão da secretária regional, a aguardar uma aprovação local, para ver se deve decorrer assim ou não".
Jorge Gomes lembrou que este estudo surgiu na sequência de uma decisão tomada em agosto pelo Conselho Regional, que "solicitou ao primeiro-ministro ajuda para elaboração de um estudo para ver a viabilidade de serem usados meios aéreos na Região Autónoma da Madeira".
"Fez-se o estudo todo e está concluído. Foi remetido para o gabinete do primeiro-ministro e neste momento só faltam os testes", referiu.
O resultado final "será transmitido ao gabinete do primeiro-ministro e é ao primeiro-ministro que competirá fazer o anúncio da viabilidade, ou não, do funcionamento dos meios aéreos no arquipélago da Madeira", acrescentou.