“Há um mês, antes desta guerra, vivíamos num mundo diferente. Milhares de ucranianos estavam vivos e agora já não estão. Vivíamos despreocupados e agora já não, estão todos a pensar: ‘O que é que vamos fazer se a Rússia continuar a avançar?’”, considerou Zelensky, durante uma intervenção transmitida para vários países, inclusive Lisboa, no âmbito de uma iniciativa internacional de apoio à Ucrânia.
No Praça do Comércio centenas de cidadãos ucranianos escutaram atentamente as palavras do chefe de Estado do seu país, interrompendo o silêncio apenas para aplaudir Volodymyr Zelensky.
O Presidente ucraniano acrescentou que não é possível “aceitar o silêncio como resposta do mundo” quando a Ucrânia pede o encerramento do seu espaço aéreo.
“Na Europa, vejo o medo dos políticos. Apenas com o poder de todas as pessoas podemos parar um único homem [Vladimir Putin] que começou esta guerra”, instou Volodymyr Zelensky.
O Presidente ucraniano prosseguiu com cinco pedidos à comunidade internacional, como, por exemplo, mais tanques, aeronaves de combate e sistemas de defesa antiaérea e mais sanções para a Rússia.
Zelensky também pediu solidariedade para com os milhões de refugiados que fugiram do país desde o início da guerra, em 24 de fevereiro: “São milhões e são exatamente como vocês”.
O pedido final foi para ajudar a salvar os civis que ainda não conseguiram fugir das cidades onde os combates entre os militares ucranianos e russos estão a decorrer, apelando à garantia de que são criados e mantidos os corredores humanitários.
No final, o Presidente ucraniano garantiu que os ucranianos iriam regressar a casa.
Com bandeiras da Ucrânia às costas e outras empunhadas e a esvoaçar, o Terreiro do Paço vai-se ‘pintando’ de azul e amarelo. O protesto
Em Lisboa, o protesto promovido pela Associação dos Ucranianos em Portugal, arrancou com o hino ucraniano a ser entoado pelos manifestantes.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou que matou pelo menos 1.081 civis, incluindo 93 crianças, e feriu 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,8 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa