"A decisão do Estado-Maior [transmitida] ao comandante-chefe [Valery] Zaluzhni e ao comandante de ‘Pivnich’ [Norte, Sergei] Naiev é tomar uma série de medidas para reforçar esta frente", escreveu o Presidente ucraniano na conta pessoal na rede social Telegram.
Zelensky disse que, antes de tomar a decisão, ouviu relatos do comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Valeri Zaluzhni, e dos comandantes das Forças Terrestres, Oleksandr Sirski, do Grupo Operacional de Tavria, Oleksandr Tarnavski, e das forças conjuntas do exército ucraniano, Sergei Naiev.
"Situação no campo de batalha: há progressos. Reforço das nossas operações com sistemas de artilharia e projéteis adicionais", afirmou, sublinhando que os Serviços de Informações de Defesa da Ucrânia (GUR), o Serviço de Informações Externas (SZR), o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e o Serviço Estatal de Guarda de Fronteiras (DPSU) informaram separadamente sobre a situação na Bielorrússia.
"Estamos a manter a situação sob constante vigilância", afirmou Zelensky.
O empresário russo e líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, foi para a Bielorrússia no âmbito de um acordo negociado com Moscovo para pôr termo à rebelião que promoveu na sexta-feira e sábado passados com os seus mercenários na Rússia.
Prigozhin, antigo aliado do Kremlin que criou o exército privado mais poderoso da Rússia, recrutou milhares de reclusos para combater na Ucrânia, além dos combatentes contratados destacados na Síria, África e América Latina.
O líder do Wagner chegou à Bielorrússia na terça-feira, de acordo com o anúncio do Presidente bielorrusso, Aleksander Lukashenko.
A presença de Prigozhin na Bielorrússia foi, de imediato, criticada pela líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia, que lembrou que o líder do grupo Wagner e o Presidente bielorrusso "não são aliados e podem ser desleais um contra o outro".
"A qualquer momento, Lukashenko pode trair Prigozhin ou Prigozhin pode trair Lukashenko. Eles não são aliados. Não confiam um no outro", afirmou Tikhanovskaia.
Tikhanovskaya, que reivindicou vitória sobre Lukashenko nas eleições presidenciais de 2020, salientou que ainda "há muito por esclarecer" sobre o alegado acordo.