O estudo “Violência no Namoro 2019”, apresentado no Porto no Dia dos Namorados, pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, incluiu a participação de 4.938 jovens de todos os distritos portugueses, incluindo Açores e Madeira, e revela que houve um aumento da violência psicológica em 2019 para 34% (+19% que em 2018) junto dos jovens.
O estudo, feito a pré-adolescentes, adolescentes e jovens entre os 11 e os 20 anos de idade, com uma média de idade de 15 anos, indica também que 31% dos jovens foram vítimas de perseguição em 2019 (+15% que em 2018).
A violência das redes sociais subiu em 2019 para 21% (+9%), e as vítimas de violência relacionado com o controlo aumentou para 19% (+8%).
A violência física registada em 2019 foi de 11% (+5%) e a violência sexual registada foi de 13% (+6%).
O mesmo estudo indica que 58% dos jovens que namoram ou namoraram dizem já ter sofrido uma qualquer forma de violência por parte do companheiro e 67% acham isso natural.
Para combater a violência no namoro, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, anunciou hoje, no Dia dos Namorados, uma campanha designada por #NamorarMemeASério e que tem o propósito de identificar comportamentos violentos numa relação íntima.
Segundo Rosa Monteiro, a campanha, que vai contar com o “rosto” e a “voz” de “figuras públicas” e “influenciadores” conta com a parceria de 14 associações e federações académicas de todo o país e trata-se de uma “campanha digital utilizando as redes sociais”, que são os “meios mais eficazes para passar a mensagem”.
“O nosso caminho tem de ser no sentido de erradicação de todas as formas de violência e que as nossas crianças saibam a diferença de um “namoro à séria”, declarou a secretária de Estado para a Cidadania.
Maria José Magalhães, diretora da UMAR, lançou hoje, por seu turno, um “apelo ao Ministério da Educação” para que reconheça a intervenção da UMAR e o “papel educativo e pedagógico dos projetos” que a UNAR desenvolve em contexto escolar.
“No que diz respeito à procura de ajuda destes jovens, penso que estes estudos são também importantes para que os jovens quando ouçam falar sobre estas questões, possam perceber se vivem ou não numa situação de violência” e procurem “um adulto para reportar as situações de violência”, acrescentou Cátia Pontedeira, uma das investigadoras do estudo.
LUSA