Quatro homens, três russos e um ucraniano, todos oficiais superiores dos separatistas prórussos do leste da Ucrânia, são acusados de terem abatido o avião com um míssil terra-ar.
A procuradoria holandesa pediu prisão perpétua para os russos Oleg Pulatov, Igor "Strelkov" Girkin e Sergey Dubinsky, e para o ucraniano Leonid Kharchenko, que considerou “totalmente responsáveis” e “culpados” do “homicídio” dos 298 passageiros, um crime que provocou a “comoção internacional que ainda continua”.
Pulatov foi o único acusado que reconheceu o processo judicial, enviando uma equipa de advogados para defendê-lo em tribunal, mas considerou-se inocente e acusou a procuradoria de “não ter o objetivo de conhecer a verdade, mas sim de conseguir uma condenação".
Os outros três acusados estão em paradeiro desconhecido, embora se pense que estão escondidos na Rússia, que se negou a entregá-los aos Países Baixos, pelo que o julgamento se realizou à revelia.
O julgamento começou em março de 2019 no tribunal de alta segurança de Schipol, depois de uma equipa de investigadores internacional recolher as provas que permitiram identificar os suspeitos, que no momento da tragédia ocupavam cargos-chave nos grupos rebeldes que lutavam no leste da Ucrânia, onde se despenhou o avião.
Em 17 de julho de 2014, o voo MH17 da Malaysia Airlines – que partiu de Amesterdão com destino a Kuala Lumpur – caiu enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia, provocando a morte dos 283 passageiros e 15 tripulantes a bordo. Entre os mortos estavam 196 cidadãos holandeses e 38 australianos ou residentes naqueles países.
Uma equipa internacional de investigadores afirmou que a aeronave foi derrubada por um míssil trazido de uma base militar russa, na região onde estão baseados os separatistas pró-russos na Ucrânia. Moscovo sempre negou qualquer envolvimento no caso.