“O OVCS registou 568 protestos durante o mês de setembro de 2021, o equivalente a uma média de 19 por dia. Este número representa uma diminuição de 52% em comparação com o mesmo mês do ano passado” quando se registaram 1.193 protestos, explica um relatório divulgado em Caracas.
Segundo o OVCS 81% (462) do total de protestos registados tiveram como objetivo reivindicar direitos económicos, sociais, culturais e ambientais.
“As principais queixas continuam a ser sociais e económicas, e estão relacionadas com o colapso dos serviços de água potável, eletricidade, gás doméstico e a crise da gasolina”, refere o observatório.
Entre as principais queixas dos venezuelanos está também o colapso do sistema de “águas servidas” (esgotos), falhas nas ligações de Internet, nas redes telefónicas móveis e fixa e na televisão por cabo.
Sobre a gasolina, além da escassez, os protestos tiveram como propósito reclamar pelas longas horas de espera (em alguns casos mais de 12 horas) e denúncias sobre irregularidades na distribuição e venda de combustível.
Por outro lado, reformados e aposentados das empresas estatais Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), Companhia Anónima Telefones de Venezuela (CANTV), e outras, protestaram para exigir pensões dignas, proteção social, atenção médica gratuita e de qualidade, assim como o pagamento de pensões em atraso.
Em matéria de saúde, doentes renais e familiares protestaram pela falta de medicamentos, contra o mau-estado dos equipamentos e a demora em tratamentos médicos.
Por outro lado, os profissionais da saúde, protestaram para exigir melhores salários e condições de trabalho.
Houve ainda protestos de idosos para exigir a segunda dose da vacina russa contra a covid-19 Sputnik V.
Em relação à propriedade privada, aumentaram as denúncias sobre invasões ilegais de habitações, estabelecimentos comerciais e de terrenos.
Houve ainda, segundo o OVCS, protestos de professores, pais e representantes de alunos contra “o reinício de aulas presenciais, sem contar com garantias sobre o direito à saúde e à vida”, com os manifestantes a protestarem contra a “ausência de protocolos contra a covid-19, por problemas de infraestruturas nos centros educativos que estiveram abandonados durante a pandemia e para exigir reivindicações salariais”.
Entre os estados venezuelanos com mais protestos estão Bolívar, com 87, seguindo-se Lara (60), o Distrito Capital (37), Anzoátegui (34), Trujillo (34) e Arágua com 32.