O Acordo Marco para a Reunificação de Crianças e Adolescentes Venezuelanos no Estrangeiro com Familiares ou Representantes na Venezuela, foi assinado em Caracas, pelo ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, e o chefe da delegação regional do CICR, Arnaud de Baecque.
Num comunicado, divulgado em Caracas, o ministro venezuelano explica que “para a Venezuela o fenómeno migratório, e novo, dos últimos anos” e “está muito vinculado com uma estratégia geopolítica” orientada ao país.
Jorge Arreaza expressou a preocupação do Governo do Presidente Nicolás Maduro, pelos casos de “meninos, meninas e adolescentes venezuelanos abandonados, principalmente na Colômbia, alguns deles recluídos em instituições” estatais.
Também porque “ao não existirem vínculos diplomáticos com a administração de Duque (Iván, presidente da Colômbia) é muito mais difícil reunificar esta população com as suas famílias na Venezuela”.
No comunicado, o ministro venezuelano agradece a disponibilidade da delegação da Cruz Vermelha Internacional e da Meia Lua Vermelha para “ajudar, com muito rigor, profissionalismo e prudência, nas áreas mais sensíveis e nas populações mais vulneráveis”.
Agradeceu ainda o “trabalho titânico” do Escritório de Relações Consulares do Ministério de Relações Exteriores venezuelano para “localizar os infantes e jovens na Colômbia e os seus parentes na Venezuela”.
Uma ação que, sublinha, permitirá fazer que os venezuelanos retornem à pátria, “gerando felicidade e sorrisos”.
Segundo o chefe da delegação regional da CICR, Arnauld de Baecque, a assinatura do acordo reafirma as relações com o Governo venezuelano.
Também que a presença e ligações Cruz Vermelha Internacional em vários países da região, permite apoiar na identificação, reconhecimento e reconexão das crianças e adolescentes venezuelanos com os seus parentes.
Nos últimos cinco anos mais de 5,6 milhões de venezuelanos abandonaram a Venezuela, segundo a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), fugindo da crise política, económica e social que afeta o país.
De momento, não são conhecidos dados, sobre o número de crianças e adolescentes, venezuelanos que estão no estrangeiro.