Mais de 120 mil professores saíram da Venezuela nos últimos cinco anos, para escapar da crise política, económica e social que afeta o país, anunciou hoje a Federação Venezuelana de Professores.
De acordo com a federação, Orlando Alzuru, "a situação é grave e catastrófica", porque "o que ganha um professor não dá nem para pagar uma semana de autocarro" e deixou de existir a Segurança Social.
Os professores queixam-se de que com o salário atual de 40 mil bolívares soberanos (1,87 euros) mensais é impossível comprar um quilograma de carne, que custa quase 80 mil bolívares soberanos (3,74 euros), ou de queijo branco que ronda os 60 mil (2,80 euros).
Orlando Alzuru adiantou que as escolas estão também a ser afetadas pela crise, principalmente devido à falta de recursos para manter as estruturas.
"As próprias escolas estão também com dificuldades, porque não têm sequer material didático para que o professor trabalhe. Faltam recursos para que funcionem e estão em condições precárias. Há casos de escolas em que apenas funciona uma casa de banho para professores e alunos", disse aos jornalistas.
Sobre a emigração de professores, o responsável da Federação Venezuelana de Professores explicou que não há como substituir os profissionais que emigraram, "porque não há gente que reúna as condições pedagógicas" necessárias.