A morte de Santrich, um dos homens mais procurados pelas autoridades da Colômbia, foi avançada inicialmente pela revista colombiana Semana, citando “fontes venezuelanas de nível alto” e referindo que terá morrido também um número indeterminado de guerrilheiros.
“Atenção: Jesus Santrich foi abatido na Venezuela, num confronto com grupos ilegais”, afirma a revista na sua página online, explicando que “ainda não há mais detalhes” e que “o ex-guerrilheiro das FARC se tornou um dos primeiros dissidentes do Acordo de Paz (na Colômbia), após um complexo processo judicial”.
Entretanto, o ministro colombiano da Defesa, Diego Molano Aponte, anunciou, através da sua conta do Twitter, que “informações dos serviços de inteligência [serviços secretos] indicaram a morte de ‘Santrich’ e de outros criminosos em alegados confrontos ocorridos ontem [segunda-feira] na Venezuela”.
As “informações estão em verificação. Se este facto for confirmado, verifica-se que os criminosos da droga se refugiavam na Venezuela”, explicou Diego Molano Aponte.
‘Jesus Santrich’ nasceu na localidade colombiana de Toluviejo, em 31 de julho de 1967 e tornou-se um dos cabecilhas das FARC, tendo, depois de sair do grupo, sido membro da Câmara de Representantes da Colômbia.
Fez parte das negociações para os Acordos de Paz entre o Governo da Colômbia e as FARC, assinados em 2016, que levaram à desmobilização da guerrilha colombiana.
Em 9 de abril de 2018 foi detido e acusado de narcotráfico, mas foi libertado um ano depois pelo Supremo Tribunal de Justiça da Colômbia, por falta de provas.
Em agosto de 2019 voltou às armas, passando a dirigir a Segunda Marquetalia, composta por dissidentes das FARC, o que motivou a sua expulsão da Jurisdição Especial para a Paz e do partido Força Alternativa Revolucionária Comum.
Os serviços secretos colombianos já tinham confirmado que Santrich estava em território venezuelano, mas a falta de comunicação diplomática entre os dois países dificultou o acesso a informações sobre as circunstâncias da sua morte, que terá acontecido cinco dias depois de a Justiça colombiana ter homologado a sua extradição para os Estados Unidos, para responder, em Nova Iorque, por acusações de narcotráfico.