O ensino da língua, dos instrumentos musicais portugueses e a promoção do folclore, são outros dos objetivos da direção do clube, que projeta ainda realizar obras de reparação e expansão.
“Temos um projeto para trazer um galo de Barcelos. O galo, de 2,8 metros já foi pago e será trazido de Portugal. É como um símbolo de Portugal que vai ser instalado no clube graças à contribuição de várias instituições (…) e faz parte do que queremos ter, dos ícones de Portugal, para que as pessoas saibam que é da cidade de Barcelos e o que tradicionalmente esses símbolos representam”, disse à Lusa Sérgio Nunes.
O recém-reeleito presidente do clube explicou que o primeiro período do seu mandato (2020-2021) esteve marcado pelas restrições impostas pela quarentena preventiva da pandemia de covid-19, estando neste momento o clube já a registar uma maior afluência de pessoas.
“Apesar de já termos uma afluência de 800 mil sócios que visitaram diariamente o clube, em diferentes horários e respeitando os fóruns das áreas, ainda há pessoas que têm algumas reservas em vir ao clube, mas estão gradualmente a ganhar confiança”, disse Nunes.
“Temos realizado eventos ao ar livre, tais como os tradicionais arraiais das vítimas, de San Martinho, adaptando-nos às circunstâncias, para que as pessoas se sintam seguras e possam vir”, acrescentou.
O dirigente do centro português sublinhou que continuam “a apostar na Venezuela, a trabalhar” para que a comunidade “esteja num lugar seguro” e os seus “filhos e os idosos também possam vir e fazer as suas atividades”.
Por outro lado, explicou que existem ainda algumas atividades em que a situação tem sido difícil, como o folclore tradicional, “que está um pouco desmembrado”, apesar dos “grandes esforços e incentivos” feitos para que os jovens se voltem a reunir.
Do mesmo modo, no folclore infantil, decidiram isentar as crianças de uma atividade desportiva se fizeram parte do grupo e isso ajudou a duplicar o número de integrantes.
“O ensino do português é um dos nossos principais objetivos. Infelizmente no último ano houve uma pequena queda [de inscritos] porque as pessoas não estavam habituadas às aulas ‘online’. Reativando as aulas presenciais, isso fez aumentar um pouco a inscrição. No entanto, vamos iniciar cursos ‘online’ para que quem não se sente seguro para assistir presencialmente possa continuar a sua formação digitalmente”, explicou.
Segundo Sérgio Soares, a direção do clube vai reforçar também o ensino “dos instrumentos musicais portugueses”, estando já a dar aulas de concertina, guitarra portuguesa e acordeão, mas tem já outros instrumentos em lista.
“É uma parte disso que chamamos de portugalidade, de aportar e promover a nossa cultura e preservar as nossas raízes culturais”, frisou o dirigente.
No entanto, admitiu desconhecer que medidas vai tomar o Governo venezuelano a partir de janeiro, devido à pandemia de covid-19.
“Novembro e dezembro foram meses de flexibilização total. Temos projetado eventos como as comparsas de Carnaval, eleição das princesinhas e outros eventos culturais e musicais”, revelou, precisando que pretendem impulsionar obras de expansão, manutenção e de infraestrutura.
Questionado sobre a situação do clube, sobre os luso-venezuelanos emigrados, explicou que “muitas das pessoas que partiram não venderam as suas ações”.
“A grande maioria continua a manter ligações com o Centro Português. Continuam a pagar as suas mensalidades. E quando vêm ao país, vêm visitar o clube, e dizem que, em Espanha ou nos Estados Unidos, a única coisa que lhes falta é o Centro Português para sentir que estão à plenitude”, afirmou Nunes, precisando que muitos lusodescendentes cresceram no clube.