A declaração foi acompanhada pela entrega de uma estatueta com a silhueta do busto de Simón Bolívar, o político venezuelano que teve um papel importante na independência de vários países da América Latina.
"Senti-me muito honrado por este reconhecimento do mérito do trabalho desenvolvido por parte do Estado português. Enquanto secretário de Estado das Comunidades portuguesas tenho tido a honra não apenas de conhecer estes portugueses inspiradores da nossa ação, enquanto Estado, enquanto comunidade política nacional", disse.
José Luís Carneiro falava à Agência Lusa à margem do de uma palestra com lusodescendentes durante o qual a direção do clube lhe entregou o reconhecimento.
"O mérito foi-me reconhecido a mim por estar no desempenho destas funções, mas julgo o que estes portugueses tiveram em vista ao atribuir-me este mérito foi o de reconhecerem todo o esforço que o Estado português (…) fez para estarmos presentes nos momentos mais difíceis que têm vivido na Venezuela", disse.
Segundo o governante "é hoje evidente para todos" que o Governo português esteve presente, "ao longo destes quatro anos, sempre que foi necessário estar junto dos portugueses, mesmo nas circunstâncias mais difíceis como as de julho de 2017 em que manifestações consecutivas ameaçavam colocar em perigo as vidas e a segurança das pessoas".
"Eu próprio vivi momentos desses (…) e agora claro está que sinto-me honrado pelo facto de a comunidade portuguesa que aqui vive e que edificou um dos mais importantes clubes portugueses na Venezuela, o Centro Português, ter reconhecido o trabalho que foi desenvolvido", frisou.
Por outro lado, insistiu em "deixar-lhes ficar uma palavra de agradecimento" pelo reconhecimento que é também ao ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, ao primeiro-ministro, António Costa, à Assembleia da República, e ao senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Centro Português, Juan Ricardo Ferreira, explicou que o reconhecimento deve-se porque desde que José Luís Carneiro visitou a Venezuela pela primeira vez se tem preocupado com comunidade portuguesa.
"Tem havido uma aproximação que não existia antes. Ele tem ouvido o clamor dos portugueses e dos filhos dos portugueses na Venezuela. Ele os ouviu, levou e trouxe respostas, concretas", frisou.
Entre essas respostas está a do ingresso às universidades portuguesas a falta de medicamentos e a atenção na saúde, disse.
"Na Venezuela, há dois anos, pensávamos que tudo estava muito mal e hoje nos damos conta de que está pior, mas eles (o Governo português) está aí, nos está apoiando, apoiando os portugueses (…) sobretudo aos anciãos que passam momentos muito difíceis", disse.
Por outro lado o diretor do jornal de expressão portuguesa Correio da Venezuela, Aleixo Vieira, aproveitou a oportunidade para destacar a posição do governante português pelas "iniciativas, programas de ajuda aos jovens, idosos, à emigração aqui na Venezuela" e também pelo "modo como faz política, que deve ser exemplo, para o mundo do que é fazer a política sem misturar os interesses partidários".
Como exemplo citou a relação entre o governante e a Madeira, que sendo governada por "um partido oposto ao que José Luís Carneiro representa, em nada inviabiliza o que são as políticas para a emigração".
"A política devia funcionar desta maneira, pôr os interesses comuns sobre os interesses partidários, neste caso os da emigração na Venezuela", concluiu.
O secretário de estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, iniciou, segunda-feira, uma visita de três dias à Venezuela para contatos com a comunidade portuguesa local.
C/ LUSA