Relativamente à variante do vírus SARS-Cov-2 associada ao Reino Unido, os dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) indicam que continua numa "trajetória de frequência ascendente", tendo sido detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 91,2% na amostragem nacional de abril.
Os dados, que constam do relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, indicam que "a frequência relativa da variante P.1 (associada ao Brasil, Manaus) é agora de 4,3%, o que evidencia um aumento considerável em relação à amostragem de março (0,4%)".
Esta variante foi introduzida várias vezes de forma independente em Portugal, revela a análise do INSA.
Por outro lado, a frequência relativa da variante associada à África do Sul, diminuiu de 2,5% em março para 1,3% em abril, o que, segundo o INSA, "sugere que a sua transmissão na comunidade tem sido limitada, embora já tenha sido detetada em 10 distritos e 34 concelhos".
Foram ainda identificados por sequenciação os primeiros sete casos da variante associada à Índia, sendo que seis destes casos foram detetados na amostragem nacional de abril, abrangendo cinco concelhos.
O INSA salienta que "esta variante é portadora de várias mutações na proteína Spike potencialmente mediadoras de maior capacidade de transmissão e/ou evasão ao sistema imunitário".
"A amostragem de abril cobriu 18,8% das amostras positivas reportadas durante o período em análise em Portugal, pelo que os dados apresentados refletem de forma robusta o peso das variantes em circulação no atual curso da epidemia no país", refere o relatório publicado no site do instituto.
Até à data, os investigadores do Núcleo de Bioinformática do Departamento de Doenças Infecciosas, já analisaram 7.325 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 278 concelhos de Portugal.
Desde o último relatório do dia 02 de abril, foram analisadas mais 1.569 sequências, incluindo 1.426 sequências obtidas no âmbito da vigilância de periodicidade mensal com amostragem nacional que o INSA está a coordenar, provenientes de laboratórios distribuídos por 18 distritos de Portugal continental e Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, abrangendo um total de 153 concelhos.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver, em colaboração com o Instituto de Gulbenkian de Ciência, o "Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (que provoca a Covid-19) em Portugal", com o objetivo de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal.