Desde o início de março que os investigadores do Instituto Pasteur de Montevideu e da Universidade da República (Udelar) estão a trabalhar num projeto de investigação para estudar a evolução dos níveis de anticorpos contra a SARS CoV-2 em função das vacinas e doses administradas.
O estudo, que envolve mais de 200 voluntários, deve durar dois anos e prevê que sejam feitos regularmente testes serológicos.
Um subgrupo de 57 pessoas que receberam duas doses de Coronavac e depois uma dose de Pfizer-BioNTech fizeram quatro análises ao sangue: uma antes da vacinação, outra 18 dias depois, outra 80 dias após a segunda dose de Coronavac, e uma última 18 dias após a terceira dose de Pfizer-BioNTech.
Após a primeira análise ao sangue, nenhum dos participantes tinha anticorpos específicos contra o vírus. Após a segunda, 100% dos voluntários tinham anticorpos, mas a níveis variáveis.
Depois da terceira análise houve uma diminuição geral dos anticorpos em comparação com o teste anterior.
Finalmente, após o quarto exame, todos os participantes mostraram um aumento dos níveis de anticorpos em média 20 vezes superior aos resultados do teste de sangue anterior.
Sergio Bianchi, investigador do Instituto Pasteur, sublinhou numa conferência de imprensa que se trata de "resultados preliminares" e que os estudos continuarão para avaliar durante quanto tempo os anticorpos persistem.
O ministro da Saúde uruguaio, Daniel Salinas, congratulou-se com os resultados do estudo, sublinhando a importância de avaliar a mistura de vacinas com ferramentas científicas.
No Uruguai, com 3,5 milhões de pessoas, 72% da população está vacinada de acordo com o protocolo completo de Coronavac, Pfizer ou Astrazeneca, e 24% já recebeu uma terceira dose de reforço.