A USAM realizou hoje uma jornada de luta junto ao portão que dá acesso à Presidência do Governo Regional, na Quinta Vigia, no Funchal, contra aquilo que designa por "pacotes sem fundo" de subsídios aos "grandes grupos económicos e às grandes instituições privadas de solidariedade social".
"Neste momento de grande complexidade para a vida dos trabalhadores e seus familiares, mas, sobretudo, para a economia da região, assistimos cada vez mais a anúncios de atribuição de subsídios para os grandes grupos económicos e grandes empresas", referiu o dirigente sindical.
O dirigente da USAM, que também é presidente do Sindicato da Hotelaria, denunciou que as empresas, apesar de não terem tido as receitas a que estavam acostumadas antes da pandemia, "conseguiram, contudo, receitas com o ‘lay-off’, ao pagarem apenas 1/3 dos salários, ficando o restante (70%) a cargo da Segurança Social, ao ficarem isentas da Taxa Social Única (TSU) de 23,75%, mas o trabalhador não ficou isento de nada pois teve de pagar a TSU de 11%".
Adolfo Freitas diz que os trabalhadores continuarão a ser penalizados com o novo Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva da atividade, que sucede ao ‘lay-off’ simplificado porque "vão apenas receber 2/3 do valor das horas não trabalhadas".
As empresas com quebra de faturação igual ou superior a 40% puderam, desde 06 de agosto, pedir à Segurança Social o novo apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade, medida que sucede ao ‘lay-off’ simplificado.
O apoio extraordinário destina-se a empresas privadas ou do setor social com quebras na faturação igual ou superior a 40%, que retomem a atividade e varia consoante a quebra de faturação.
Ao contrário do ‘lay-off’ simplificado, que terminou em julho para a grande maioria das empresas, o novo apoio não prevê a suspensão dos contratos de trabalho, mas apenas a redução dos horários de trabalho.
No final da concentração/protesto, que reuniu algumas dezenas de pessoas, a USAM entregou na sede do Governo Regional um "pacote sem fundo", simbolizando os o dinheiro entregue aos grandes grupos económicos e, para os trabalhadores, "cada vez mais uma mão cheia de nada", lembrando que o que "faz gerar economia numa região ou num país é o salário que cada família leva para casa ao final de cada mês".