“Não estão sós, estamos convosco e faremos tudo o que nos for possível para vos apoiar e fazer com que a Ucrânia ganhe a guerra”, declarou Michel numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Na sua primeira deslocação à capital ucraniana desde o início da invasão russa de 24 de fevereiro, o presidente do Conselho Europeu também assinalou que o Presidente russo Vladimir Putin “não conseguirá dividir” a UE.
“Não conseguirá nem destruir a soberania da Ucrânia, nem dividir a União Europeia”, indicou ainda Michel sobre Putin, ao saudar a capacidade dos Vinte Sete para “tomar decisões em conjunto, por unanimidade”, sobre as sanções contra a Rússia.
Nas suas declarações durante a conferência de imprensa comum, Zelensky frisou que a adesão da Ucrânia à UE “é uma prioridade”.
“É uma prioridade para o nosso Estado, para a potência do nosso povo”, afirmou Zelensky após o encontro com Michel.
Nas suas declarações, o líder de Kiev assinalou que falou com Michel durante duas horas sobre as áreas em que a UE pode ajudar a Ucrânia no atual conflito e insistiu na importância de “reforçar ao máximo a pressão das sanções” e “fazer todo o possível para privar a Rússia das possibilidades de financiar a guerra”.
Apesar de se manifestar “agradecido” pelo quinto pacote de sanções comunitárias a Moscovo, que entre outras medidas incluem um embargo ao carvão russo, assinalou que “de momento não são suficientes para deter o financiamento desta guerra” e pediu que “sejam elaboradas com mais detalhes e complementadas”.
Nesse sentido, Zelensky disse que gostaria de ver aplicado um “embargo energético total” da UE à Rússia e que o petróleo “deve fazer parte” do próximo pacote de sanções comunitárias, porque sem esta proibição de importações “o pacote estará vazio e não será suficientemente potente”.
O chefe de Estado ucraniano também solicitou que todos os bancos russos sejam excluídos do sistema SWIFT e que “cada funcionário russo e suas famílias sintam na pele a ação das sanções e as consequências do seu apoio pessoal à guerra”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.