Na zona de Bakhmut, na região oriental de Donetsk, as forças ucranianas disseram que estiveram envolvidas em nove combates nas últimas 24 horas, mas reconheceram que “o inimigo resiste ativamente, utilizando a artilharia”.
O porta-voz do comando oriental, Serhiy Cherevaty, disse que o principal problema para as tropas ucranianas era o facto de os russos terem conseguido reunir grandes forças em equipamento e recursos humanos.
“Não estão bem treinados, mas são volumosos na sua composição. Infelizmente, o inimigo ainda tem muita artilharia e munições”, afirmou, citado pela agência nacional Ukrinform.
O porta-voz disse que se vive naquela frente da guerra um período de estabilidade e assegurou que as forças ucranianas haverão de vencer e expulsar os russos do território da Ucrânia.
“Estamos a fazê-lo de uma forma ponderada, pragmática e cuidadosa para poupar pessoas e equipamento tanto quanto possível”, afirmou Cherevaty.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho, depois de ter recebido novo armamento dos aliados ocidentais, incluindo tanques alemães Leopard.
Kiev tem admitido avanços lentos e resultados modestos, e continua a pedir o envio de caças F-16 norte-americanos.
Na zona de Tavria, a sul de Zaporijia, as forças ucranianas admitiram progressos e deram conta de milhares de missões de fogo das unidades de artilharia, mas sem dar pormenores sobre as alegadas conquistas.
O Estado-Maior ucraniano, num balanço das últimas 24 horas, reportou operações nas zonas de Bakhmut, Berdyansk (zona fronteiriça entre as regiões de Donetsk e Zaporijia) e Melitopol (zona ocidental da região de Zaporijia).
Do lado russo, o exército disse hoje que melhorou posições no nordeste da Ucrânia, onde a ofensiva das tropas de Moscovo tinha obrigado as autoridades a retirar civis na quinta-feira.
Na zona de Kupiansk, as unidades de assalto dos grupos de combate “continuaram as operações ofensivas numa frente alargada e melhoraram a situação tática”, afirmou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência francesa AFP.
Em particular, as forças russas melhoraram as posições perto das aldeias de Olchana e Perchotravnevé, na região de Kharkiv (nordeste), segundo a mesma fonte.
O exército russo foi expulso de Kupiansk, que ocupava desde o início da ofensiva, por um contra-ataque relâmpago ucraniano em setembro de 2022. Nas últimas semanas, voltou a atacar na zona, reivindicando regularmente ganhos territoriais.
As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o curso da guerra iniciada por Moscovo em 24 de fevereiro de 2022 não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
Desconhece-se o número de vítimas do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, afirmam que será elevado.
Lusa