De acordo com o relatório detalhado das Contas Nacionais Trimestrais, o Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde – crescimento de 16,8% no primeiro trimestre e de 17,7% no segundo trimestre de 2022 -, hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística, só o setor do alojamento e restauração, que tinha caído 88,9% no mesmo período de 2021 (face a 2020), cresceu agora, em termos homólogos, 1.112,6%, de janeiro a junho último.
Globalmente, o INE aponta um crescimento económico de 17,2% do PIB no primeiro semestre deste ano, que compara com o crescimento de 2,9% no mesmo período de 2021.
O PIB gerado pelo comércio, com uma subida homóloga 39,1%, e o dos transportes, com um aumento de 15,8%, também se destacaram no primeiro semestre deste ano, enquanto o das pescas, da agricultura e da construção caíram, em termos homólogos, respetivamente, -31%, -8,4% e -6,9%.
Desde o segundo trimestre de 2021 que a economia cabo-verdiana está em terreno positivo (+30,6%) e desde terceiro trimestre do mesmo ano (+10,1%) que cresce consecutivamente em todos os trimestres, com a retoma da procura turística pelo arquipélago.
A economia cabo-verdiana cresceu 7% em todo o ano de 2021, impulsionada por alguma retoma no setor do turismo no último trimestre do ano. Em 2020, registou uma recessão histórica, quando o PIB, devido à quase completa ausência de turismo, recuou 14,8%.
Cabo Verde ainda enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do PIB do arquipélago – desde março de 2020, além de uma seca prolongada que se arrasta há mais de quatro anos.
Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022, face à escalada de preços em vários produtos e uma inflação, a um ano, que já ultrapassa os 8%.
Lusa