"Mariupol. Azovstal. Os ocupantes tentam irromper na fábrica de aço com fogo de cobertura. Está a acontecer agora. A situação é cada vez mais complicada", escreveu hoje um assessor do autarca da cidade, na rede social Telegram, Petro Andriushchenko.
Os combatentes do Batalhão Azov, a ala ultranacionalista integrada no Exército da Ucrânia, e efetivos militares da Ucrânia estão cercados há mais de 75 dias, recordou o assessor do presidente da Câmara de Mariupol na mesma mensagem.
"Estão cerca de 600 soldados gravemente feridos nos bunkers da fábrica de aço de Azovstal, sitiada pelo inimigo. Os russos estão a constantemente a bombardear a zona com todo o tipo de armas, incluindo através da aviação, artilharia naval assim como tentam repetidamente um assalto", acrescentou.
O assessor municipal continua a comunicar sobre a situação em Mariupol, mas as informações não podem ser confirmadas por fontes independentes.
Por outro lado, a ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse hoje que está a tentar pôr em marcha uma operação especial de retirada da fábrica Azovstal iniciando o resgate de efetivos do Exército gravemente feridos.
Anteriormente, a Ucrânia propôs à Rússia trocar os combatentes ucranianos que estão nos subterrâneos da Azovtsal gravemente feridos por prisioneiros russos, mas o proposta não obteve resposta por parte de Moscovo.
Segundo Vereshchuk, sem o acordo é impossível desbloquear a situação através de meios militares.
A ministra acrescenta que os defensores de Mariupol não querem ser feitos prisioneiros sendo que os russos não concordam com o procedimento sobre a retirada proposta pela Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.