"O senhor primeiro-ministro comprometeu-se com o país a acabar com a precariedade, mas infelizmente a precariedade é ainda muito maior do que aquela quando disse que ia acabar", declarou, na greve seguida de concentração dos trabalhadores dos call-centers da MEO/ALTICE no Funchal.
"O senhor primeiro-ministro, o senhor António Costa que meta as mãos na consciência e que, de facto, regulamente esta atividade e faça passar, imediatamente, estes trabalhadores de precários a efetivos. É uma exigência nacional", acrescentou.
O também coordenador regional do SINTTAV disse que o sindicato teve a informação "ainda hoje, por parte das empresas prestadoras de serviço, que já estão a iniciar novos contratos de trabalho ao abrigo da nova lei que não devia ser aplicada neste setor".
"Isto só depende do poder político que tem a obrigação de resolver esta situação, tem de haver uma intervenção forte, quer do Governo Regional, quer do Governo da República e quer das instituições políticas em procurar solucionar este problema", observou.
De acordo com Baptista Monteiro, a greve nacional dos trabalhadores dos Call Centers da MEO/ALTICE teve, no Funchal, teve uma adesão superior a 80%.
Os trabalhadores seguiram, depois, ao Representante da República, à Assembleia Legislativa e ao Governo Regional onde entregaram um documento com as suas reivindicações.
A greve decretada pelo SINTTAV é contra as "más condições de trabalho", "os baixos salários praticados" – cujos trabalhadores, "altamente qualificados" recebem em regra o salário mínimo nacional -, a falta de "definição adequada da profissão", a falta de "um Instrumento de Contratação Coletiva" e pela integração destes trabalhadores nos Quadros Efetivos das Empresas detentoras dos Serviços.
Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico de empresas de telecomunicações estão hoje em greve nacional por melhores salários e condições de trabalho e vão manifestar-se em várias cidades do país.
O coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa que "a paralisação deverá ter uma adesão significativa tendo em conta a mobilização mostrada pelos trabalhadores".
Segundo o sindicalista, estes trabalhadores auferem salários muito baixos, não têm condições de trabalho e são precários.
"Por isso, avançaram para a luta, porque reivindicam a integração nos quadros das empresas para as quais prestam serviços, nomeadamente a MEO, NOS, Vodafone, EDP, Segurança Social e outras", disse.