"Acordámos os serviços mínimos conforme a empresa pediu para as águas [potável e de rega], pelo que a greve irá sentir-se nos resíduos [recolha e tratamento de lixo]", disse Maria José Afonseca, coordenadora das delegações sindicais da Madeira onde se inclui o Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE), responsável pelo pré-aviso de greve.
A paralisação ocorre em dois períodos: 27 e 28 de agosto e 04 e 05 de setembro.
O SITE indicou, em conferência de imprensa no Funchal, que reivindica a contagem da antiguidade para enquadramento na tabela salarial, o enquadramento correto nas categorias profissionais, o fim da discriminação ao nível do subsídio de alimentação, melhores condições de segurança e saúde no trabalho e a contratação de mais trabalhadores.
A ARM – Águas e Resíduos da Madeira conta com 756 trabalhadores e é responsável pela gestão das águas e dos resíduos em alta em toda a Região Autónoma da Madeira e em baixa em cinco concelhos – Câmara de Lobos, Machico, Porto Santo, Ribeira Brava e Santana – num total de onze que compõem o arquipélago.
"Os municípios que fazem a própria recolha vão encontrar as centrais de tratamento a funcionar com os serviços mínimos", alertou o sindicato, vincando, por outro lado, que a população "não irá sentir falta de água nas torneiras", uma vez que "a água é um bem essencial e nós temos responsabilidade social".
O SITE esclareceu que as respostas da administração às reivindicações não foram satisfatórias, nomeadamente em relação à tabela salarial, onde foi dito que "não é legalmente possível atender-se à antiguidade em termos diversos".
A ARM indica, por outro lado, que "não dispõe de autonomia para proceder a resolução imediata" dos trabalhadores mal-enquadrados nas categorias profissionais, salientando também que até dezembro de 2018 "não era possível atribuir subsídios de refeição de valor superior ao fixado para a função pública".
A empresa sublinha ainda que está prevista a contratação de mais dois trabalhadores em 2019.
C/ LUSA