“O que se pretende com este dia nacional de luta, no que diz respeito aos STAL, é trazer para a rua os problemas dos trabalhadores da administração local, que não só têm os seus problemas específicos como no plano mais geral estão também muitíssimo afetados pela situação que o país atravessa, pelos baixos salários que auferem, pelas taxas de juro da habitação e pelos preços insuportáveis dos bens alimentares”, afirmou a vice-presidente do STAL, Cristina Torres.
Em declarações à agência Lusa, a sindicalista disse que estão previstas para quarta-feira, no âmbito da jornada nacional de protesto convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), “mais de meia centena de ações” com trabalhadores das autarquias locais de todo o país, nomeadamente plenários, concentrações e greves.
“Em algumas autarquias temos pré-avisos de greve. Por exemplo, os trabalhadores da Câmara Municipal de Fafe vão fazer uma greve de duas horas na quarta-feira, dia 28 de junho. Há também um pré-aviso de greve para as regiões de Lisboa e de Setúbal, para permitir que os trabalhadores, se assim o entenderem, participem nas ações gerais”, indicou.
De acordo com a vice-presidente do STAL, as ações do STAL são sobretudo plenários, em que os trabalhadores em protesto irão ou para a porta da autarquia ou para a praça pública mais próxima manifestar o seu descontentamento e as reivindicações que têm, nomeadamente o aumento dos salários.
“Exigimos que haja um aumento intercalar dos salários para todos os trabalhadores, no mínimo de 100 euros, para que os trabalhadores possam recuperar o poder de compra perdido”, declarou Cristina Torres.
A sindicalista reforçou que as recentes medidas do Governo para a valorização dos salários dos trabalhadores da função pública, designadamente o aumento mínimo de 52 euros, o aumento salarial intercalar de 1% e o aumento do subsídio de refeição em 80 cêntimos, passando de 5,20 euros para 6,00 euros, “não são suficientes” para fazer face ao nível de inflação registada no país.
Questionada sobre a adesão dos trabalhadores da administração local às ações de luta agendadas para quarta-feira, a representante do STAL referiu que “a expectativa é grande, porque o que se sente todos os dias nos locais de trabalho é a insatisfação dos trabalhadores, apesar de os resultados da luta terem dado a valorização dos salários que os trabalhadores da administração pública tiveram este ano”.
“Foi a luta dos trabalhadores da administração pública que obrigou o Governo PS a avançar com o aumento intercalar, em abril, que, todavia, não repôs o poder de compra perdido desde 2009”, frisou o STAL.
Para o sindicato representativo dos trabalhadores das autarquias locais, a luta é determinante para “pôr fim às políticas de desvalorização do trabalho e dos trabalhadores na administração pública”, situação que coloca entraves ao desenvolvimento do país, ao reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.
No total, existem cerca de 745 mil trabalhadores de todas as administrações públicas – central, local e regional –, dos quais 174 mil são da administração local e regional, segundo dados da Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP).
Lusa