De acordo com o Livro Verde enviado hoje aos parceiros sociais, a que a Lusa teve acesso, os autores defendem que a legislação deve “alargar as situações em que o trabalhador tem direito a teletrabalho independentemente de acordo com o empregador, em modalidade de teletrabalho total ou parcial”.
Esta medida deve ter em conta nomeadamente situações “no âmbito da promoção da conciliação entre trabalho e vida pessoal e familiar” e “em caso de trabalhador com deficiência ou incapacidade”.
No livro com 25 páginas é ainda sugerida a criação de mecanismos de horário mais flexíveis para facilitar a conciliação entre vida profissional, familiar e pessoal.
Até agora o Governo ainda não avançou com propostas nesta área, indicando que só o fará após a apresentação do Livro Verde na Concertação Social, mas no parlamento o Bloco de Esquerda (BE) apresentou já um projeto com vista a alargar o teletrabalho a quem tem crianças menores de 12 anos a cargo.
De acordo com o Livro Verde enviado aos parceiros, a regulação do teletrabalho deve ser, no entanto, aprofundada “com salvaguarda dos princípios basilares do acordo entre empregador e trabalhador”.
Deve ainda ficar assegurado que “não existe acréscimo de custos para os trabalhadores” em teletrabalho, nomeadamente "em matéria de instalação, manutenção e pagamento de despesas relativas aos instrumentos de trabalho utilizados".
Neste âmbito, no parlamento, BE e PCP avançaram com propostas no sentido de responsabilizar o empregador pelos gastos com telecomunicações, água e energia.
No Livro Verde é ainda proposto uma aposta “em modelos híbridos de trabalho presencial e à distância".