"Através do Telegram são, diariamente, reproduzidos e colocados à disposição do público ficheiros que contêm publicações periódicas, protegidas pelo direito de autor e conexos, o que resulta no enorme prejuízo para os autores das obras, e o fecho destes grupos e canais é apenas uma gota no oceano da partilha de conteúdos protegidos", afirma Carlos Eugénio, diretor executivo da Visapress, citado em comunicado.
Até terça-feira existiam grupos do Telegram "com mais de 60.000 pessoas, são 60.000 vezes que as obras são vistas sem que seja comprado o jornal ou uma revista, é um enorme prejuízo para o setor, e para a qualidade do conteúdo", sublinha Carlos Eugénio.
A Visapress "congratula todos os envolvidos neste processo" e reitera o desafio lançado ao Governo, "para que este assuma um compromisso pela liberdade de imprensa através da criação de mecanismos que permitam a justa remuneração dos que criam, organizam e distribuem os jornais e revistas, apelando que um desses mecanismos é a Diretiva dos Direitos de Autor no Mercado Único Digital que deve ser transposta o mais brevemente possível".
A Visapress apela "aos eleitos pelos portugueses para que deem o exemplo à restante população, não integrando grupos que violam os direitos de autor, como recentemente foi noticiado em Portugal, e ainda recentemente deputados à Assembleia de República foram identificados num grupo de pirataria do Telegram".
De acordo com os últimos números, refere a Visapress, "os meios de comunicação social nacionais registaram perdas potenciais superiores a 3,5 milhões de euros/mês devido à partilha de jornais e revistas em redes sociais".
A Visapress é uma entidade sem fins lucrativos, de direito privado, que faz a gestão coletiva do direito de autor, de proprietários e outros titulares de direitos de autor, relativamente a quaisquer obras ou conteúdos jornalísticos publicados em jornais e revistas, independentemente do meio ou do suporte utilizado.
Lusa