A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallstrom, disse que "o direito das pessoas de se manifestar pacificamente e escolher livremente os seus líderes deve ser respeitado" na Venezuela, após algumas manifestações violentas, após o líder da oposição, Juan Guaidó, reivindicar a presidência.
Wallstrom escreveu na sua conta da rede social Twitter que "toda a violência e o uso excessivo da força são inaceitáveis", acrescentando que "a democracia deve ser restaurada".
Por seu turno, o seu homólogo dinamarquês, Anders Samuelsen, indicou que a Dinamarca "apoiará sempre instituições democráticas eleitas legítimas – não menos importante, a Assembleia Nacional, incluindo Juan Guaido".
Na quarta-feira, o presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela, perante uma concentração de milhares de pessoas, no leste de Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a quase toda a América Latina que já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
México, Bolívia, Cuba, Rússia, Turquia, China e Irão mantêm-se ao lado de Nicolas Maduro, que consideraram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela.
Por seu lado, a UE defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que “os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados”. Bruxelas instou também à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou o seu pleno respeito “à vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro “compreenda que o seu tempo acabou”.
“Apelamos para eleições livres, para que Maduro compreenda que o seu tempo acabou, porque não pode ignorar a vontade do povo e a Assembleia Nacional tem de ser respeitada”, disse o ministro à Lusa.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
LUSA