Os especialistas, que publicaram as suas descobertas na revista científica “Advances in Science and Research”, garantiram que o Zhurong detetou crostas, rachaduras, granulações e outras marcas criadas pela água na superfície marciana.
As análises indicaram que, nas dunas de Marte, abundam minerais que contêm água, como sulfatos hidratados, pedras proteicas e óxidos de ferro hidratados.
“Acreditamos que a evidência sobre a existência de água não teve origem em águas subterrâneas mas sim na queda de neve ou geada”, afirmou o autor do estudo Qin Xiaoguang, citado pelo jornal oficial Global Times.
A existência de água em estado líquido no planeta vermelho tem sido alvo de vários estudos, pois, se confirmada, serviria para entender melhor a evolução do clima marciano e para sustentar uma possível migração humana para o planeta no futuro.
De acordo com o jornal local Science and Technology Daily, a água líquida em Marte pode também indicar a existência de vida.
Investigações anteriores mostraram que água em estado líquido já existiu na superfície marciana, mas que desapareceu devido às mudanças meteorológicas experimentadas pelo planeta.
Este estudo revelou que Marte ainda pode abrigar algumas zonas húmidas em áreas de baixa altitude e relativamente quentes, segundo os cientistas.
Em setembro passado, especialistas chineses, também com base nos dados coletados pelo Zhurong, detetaram camadas de terreno de Marte moldadas pela atividade da água há cerca de 3,3 mil milhões de anos.
O Zhurong faz parte da missão Tianwen-1, que também inclui uma nave orbital e um módulo de pouso.
A Tianwen-1 é a primeira missão de exploração chinesa a Marte e visa encontrar mais indícios da existência de água ou gelo naquele planeta e realizar pesquisas sobre a composição material da sua superfície e as características do clima.