“Durante este ano, demos prioridade aos arquipélagos dos Açores e à Madeira e teremos até ao fim do verão o nosso plano de cobertura nos Açores e na Madeira completo, esperando também que, no continente, até ao fim de 2018, possamos cobrir aquelas cinco estações que ainda faltam”, adiantou o almirante Luís Sousa Pereira.
O diretor-geral da Autoridade Marítima falava numa apresentação, que contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, sobre a entrada em funcionamento da estação da Praia da Vitória, ilha Terceira, nos Açores.
Ao todo, existem já estações, com radar e câmara, em cinco ilhas dos Açores (Santa Maria, São Miguel, Terceira, Faial e Corvo), estando previsto o alargamento destes meios às ilhas de São Jorge e Graciosa, bem como a instalação de uma segunda câmara na ilha Terceira, na baía de Angra do Heroísmo.
“À medida que vamos operando e tirando experiência vamos adaptando o que serão as futuras estações”, disse Luís Sousa Pereira, em declarações aos jornalistas, admitindo que está a ser estudada a possibilidade de instalação de outras câmaras nos Açores.
O projeto previa inicialmente a criação de 24 estações em todo o país, estando já equacionadas 30.
Desenvolvido na sequência de um acidente que vitimou cinco pescadores na Figueira da Foz, o sistema ‘Costa Segura’ controla a navegação de recreio e pesca junto aos portos, através de câmaras, radares e de uma carta eletrónica.
“Os portos são locais em que a navegação conflui e é importante que em situações limite, situações de mau tempo, que não são normais, nós possamos de algum modo aconselhar a forma de as pessoas poderem entrar e sair dos portos (pescadores, veleiros, etc.) de maneira a diminuir o risco de acidentes”, salientou o diretor-geral da Autoridade Marítima.
Nos Açores, o sistema já foi utilizado, por exemplo, no acidente do navio de transporte de passageiros e viaturas ‘Mestre Simão’, que encalhou no porto da Madalena, na ilha do Pico, em janeiro.
“Nós não antecipámos o acidente, mas assim que ele ocorreu conseguimos ver o que se estava a passar”, disse Luís Sousa Pereira, acrescentando que o sistema ajudou a definir a localização das barreiras antipoluição.
Presente na apresentação, que decorreu na Praia da Vitória, o ministro da Defesa Nacional destacou a capacidade de as Forças Armadas portuguesas enfrentarem situações negativas e desenharem um modelo “para corrigir que de menos bem possa ter ocorrido”.
“O problema da responsabilidade política, da responsabilidade das organizações, não é acontecerem coisas negativas é o dia em que essas instituições não forem capazes de as enfrentar e de encontrar novos modelos de solução”, frisou.
Azeredo Lopes salientou, por outro lado, o facto de os Açores terem “uma cobertura plena primeiro do que o continente”, realçando a importância destes meios no Atlântico.
“Nós muitas vezes invocamos a atlanticidade e retiramos as vantagens até geográficas e de jurisdição que resultam da simples expressão e projeção territorial do arquipélago dos Açores, mas quando falamos na necessidade de reforçarmos a nossa capacidade de jurisdição, quando falamos na necessidade reforçar a presença das Forças Armadas no arquipélago, é gratificante verificar como este sistema conseguiu reforçar sobremaneira uma dimensão de segurança de proximidade”, frisou.
O ministro da Defesa Nacional disse ainda que o sistema ‘Costa Segura’ será conjugado com um “reforço possível que há de ser feito por este Governo dos meios humanos e dos recursos materiais ao dispor de cada estação salva-vidas”.
LUSA