Na passada quinta-feira, 07 de dezembro, os trabalhadores da RTP aprovaram em plenário, por maioria, a suspensão das greves, o que segundo os sindicatos aconteceu num “ato de boa-fé negocial”.
Os sindicatos indicaram, no comunicado hoje divulgado, que nesse plenário deram conta de que a empresa se continua a recusar a aplicar o aumento salarial intercalar de 1% em 2023 (em linha com a função pública) e não dá resposta aos pedidos de reenquadramentos profissionais (que os sindicatos dizem ser a única forma de progressão na empresa). Contudo, comprometeu-se em apresentar uma proposta para resolução da questão dos reenquadramentos na negociação do caderno reivindicativo para 2024.
Após a deliberação foi decidido pelos trabalhadores presentes no plenário que a greve seria suspensa, mas também que seria retomada caso não houvesse avanços na proposta sobre os reenquadramentos profissionais, o que já aconteceu.
Segundo o SINTTAV (afeto à CGTP) e SITIC, a RTP já respondeu ao caderno reivindicativo comum para 2024, incluindo com uma proposta inicial para resolução dos reenquadramentos profissionais, uma das principais reivindicações das greves. Os sindicatos estão a analisar a resposta.
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP entregaram, no mês passado, o caderno reivindicativo para 2024, um caderno conjunto de dez sindicatos no qual pedem um aumento de 10% na tabela salarial e demais matérias pecuniárias, assim como a subida do subsídio de refeição, a recuperação do valor do trabalho suplementar aplicado antes da ‘troika’ e o aumento dos abonos por deslocação em serviço, bem como do valor do trabalho aos fins de semana.
A questão dos reenquadramentos profissionais tem que ver com trabalhadores que devem ser mudados de categoria por desempenharem funções acima do que lhes é pago, fazendo a RTP menos reenquadramentos do que aqueles que, segundo os sindicatos, são obrigatórios por lei. Já no início de setembro, o Sinttav tinha dito que havia na RTP centenas de pedidos de reenquadramento de trabalhadores por desempenharem funções acima do que lhes é pago, mas que a RTP indicou que, este ano, pretendia fazer 50 reenquadramentos profissionais.
Lusa