O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTC) entrega hoje uma petição, com 8.600 assinaturas, ao presidente da Assembleia da República contra o encerramento de 22 estações, no âmbito de um plano de reestruturação da empresa.
De Ferro Rodrigues espera-se a mensagem de que a petição seja tratada de forma célere no Parlamento, segundo Victor Narciso, secretário-geral do SNTC, à agência Lusa.
O mesmo dirigente precisou que mais de 80% das assinaturas foram recolhidas presencialmente “em todo o país” para “defender a prestação do serviço público e universal de correio com qualidade, lutar contra os despedimentos e o encerramento de Estações de Correio”.
A partir das 15:00, além da entrega do documento, decorrerá uma manifestação/concentração de dirigentes e delegados sindicais, que deverá juntar “80 a 90” pessoas frente à Assembleia da República, em Lisboa.
A 2 de janeiro, os CTT confirmaram o encerramento de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro de 2017 que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
O encerramento destas 22 lojas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos […] clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente", segundo a empresa.
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente, Socorro (Lisboa), Riba de Ave, Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede, Aldeia de Paio Pires e Arco da Calheta (Madeira), de acordo com informação disponibilizada pela Comissão de Trabalhadores dos CTT.
Os CTT empregam 12.149 pessoas, das quais 11.702 em Portugal, país onde opera uma rede de 4.297 lojas, das quais 615 próprias, 1.724 em parceria, 1.958 postos de venda de selos, a que se juntam 4.202 agentes Payshop.
Além da redução de 800 colaboradores em três anos, os CTT pretendem ainda racionalizar ativos não estratégicos (mais ou menos 30 propriedades) e ainda otimizar a cobertura da rede de lojas através da conversão de lojas em postos de correio ou fecho daquelas com pouca procura por parte dos clientes, de acordo com o plano divulgado em dezembro.
Desde este anúncio que se têm multiplicado críticas de autarcas e utentes, tendo decorrido manifestações, por exemplo, em Riba d’Ave (Vila Nova de Famalicão), Camarate (Loures), Paio Pires (Seixal) e Lisboa.
A 9 de janeiro, durante o debate quinzenal no Parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o Governo "tem as mãos bastante atadas " quanto aos CTT.
O chefe do Executivo alegou que "o Governo, neste quadro, tem as mãos bastante atadas e limitadas na sua capacidade de intervenção, porque a fiscalização compete à entidade reguladora".
LUSA