"Esperamos não ter de fazer novamente história, desta vez com a paralisação total dos motoristas dos Horários do Funchal e de São Gonçalo [companhia que integra o grupo]", informou o sindicato, em comunicado de imprensa.
O SNM reagiu assim na sequência de uma notícia avançada hoje pelo Diário de Notícia da Madeira, relatando a contratação pela Horários do Funchal de serviços de assessoria jurídica a uma sociedade de advogados de Lisboa, no valor de 100 mil euros.
O jornal refere que o propósito é instaurar uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal contra a Câmara Municipal do Funchal, com vista a exigir o pagamento de uma indemnização.
"Os cortes salariais que se verificaram na Horários do Funchal totalizaram em abril cerca de 50 mil euros e 25 mil euros em março", refere o sindicato, reforçando que com essas verbas retiradas aos motoristas "já fica assegurado em mais de metade o pagamento do contrato à aludida sociedade de advogados, que nada tem a ver com este diferendo".
O SNM descarta, por outro lado, responsabilidade nas negociações que resultaram nestes cortes, através da suspensão do subsídio designado "agente único", no âmbito das medidas de contenção da covid-19 na Madeira, em que passou a ser proibida a compra de bilhetes a bordo dos autocarros.
O grupo Horários do Funchal é detido a 100% pelo Governo da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, estando sob a tutela da Secretaria da Economia, liderada pelo centrista Rui Barreto.
A Lusa tentou ouvir a empresa Horários do Funchal, mas tal não foi possível até ao momento.