Em declarações à agência Lusa sobre o plano do Governo para o setor, o presidente do SJ, Luís Simões, saudou o poder político por “finalmente” ter percebido “que tinham de ser tomadas medidas de apoio e em defesa do jornalismo e da comunicação social”, mas manifestou “uma grande apreensão com o serviço público”.
“Não nos parece que a rescisão de trabalhadores possa de alguma forma melhorar o jornalismo que se faz, por exemplo, na RTP, parece-nos problemático que acabe a publicidade ao mesmo tempo que façamos mais uma vez um plano de rescisões dizendo que isso defende a empresa e o jornalismo; não nos parece”, afirmou Luís Simões.
Relativamente à Lusa, o presidente do sindicato defendeu que, no atual contexto, é fundamental o reforço de meios da agência de notícias, para que possa chegar aos meios de comunicação mais pequenos.
O Governo anunciou hoje que a Lusa vai fazer descontos de 50% a 75% para os órgãos regionais e locais e de 30% a 50% para os media nacionais, rejeitando a gratuitidade do serviço da agência de notícias defendido pelo anterior Governo (PS), alegando dúvidas jurídicas devido ao direito da concorrência da União Europeia (UE).
“A Lusa vai perder verbas e receitas, como é que a vamos compensar? Se a indemnização compensatória for revista e aumentada perfeito, compensa-se aí, serei o primeiro a dizer que é uma ótima medida, o que não se pode é deixar que a Lusa tenha menos meios do que aqueles que existem hoje, essa é a nossa preocupação com o serviço público, que é, com menos meios não se pode fazer o mesmo”, realçou Luís Simões.
O presidente do SJ considerou que o documento hoje apresentado pelo Governo “é um bom ponto de partida”, embora não resolva todos os problemas, e destacou como pontos positivos as assinaturas digitais para os estudantes do secundário e o reforço da comparticipação nos portes pagos para os meios regionais.
Luís Simões lamentou que grande parte das propostas do sindicato não estejam vertidas no documento hoje apresentado, mas disse acreditar que ainda possam vir a ser incluídas, no diálogo que deverá continuar a ser feito com o Governo.
Entre as medidas defendidas pelo SJ estão a oferta pública de ‘vouchers’ para a assinatura de, ou doação, a publicações jornalísticas, cobrindo a totalidade do seu custo, e também medidas de apoio aos jornalistas, tais como a atribuição de bolsas e um sistema de incentivos.
Lusa