O presidente do Sindicato dos Estivadores rejeitou hoje as acusações de que não foram transportados medicamentos para a Madeira durante a greve, causando ruturas de ‘stocks’, e anunciou que vai pedir averiguações ao Ministério Público, porque "alguém fez de propósito".
Em audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, António Mariano afirmou que os estivadores carregaram todos os contentores que se dirigiam à Madeira, considerando que "foi uma encenação" e, "como mexe com a vida das pessoas, vamos fazer intervir o Ministério Público".
"Carregámos tudo. Até 300 automóveis por semana com destino à Madeira. Iremos pedir ao Ministério Público para averiguar isto, porque alguém fez de propósito", declarou o dirigente sindical, explicando que os serviços mínimos decretados foram cumpridos.
O Governo da Madeira solicitou a 20 de maio à Força Aérea Portuguesa para transportar um conjunto de medicamentos considerados indispensáveis para o arquipélago e evitar rutura de ‘stocks’ na sequência da greve no porto de Lisboa.
"O Governo Regional da Madeira, face aos constrangimentos que decorrem da greve no porto de Lisboa, solicitou à Força Aérea Portuguesa o transporte de um conjunto de medicamentos considerados indispensáveis para os madeirenses e porto-santenses, a fim de evitar ruturas de ‘stocks’", dizia uma nota divulgada pelo gabinete da presidência do executivo da região autónoma, assinada pelo chefe do governo, Miguel Albuquerque.
No mesmo documento, podia ler-se que o Governo Regional "teve imediata disponibilidade por parte da Força Aérea para essa colaboração", acrescentando que "foram dadas garantias de que os medicamentos de reforço embarcarão na próxima terça-feira, com destino à região, por via marítima".