A CNESE, comissão constituída pelo SEP e pelo Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, reuniu-se hoje com o Governo para negociar a carreira de enfermagem.
Em declarações à agência Lusa, no final da reunião, o presidente do SEP, José Carlos Martins, afirmou que a “questão mais relevante” da reunião foi que o Governo admitiu “a possibilidade da consagrar a categoria de enfermeiro especialista”.
“A CNESE perante isto, e como sempre disse, não tem qualquer oposição, desde que na categoria de enfermeiro especialista se mantenham ou melhorem os saldos salariais atuais”, o que o Governo assumiu na reunião, disse o dirigente sindical.
Segundo José Carlos Martins, na reunião, o Governo não apresentou uma nova versão do projeto diploma.
A CNESE continua a reafirmar que para continuar a negociação de “forma séria” é determinante que o Governo resolva três questões: a justa contagem dos pontos para efeitos de descongelamento das progressões, o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas que ainda falta receber e a admissão de 1.500 enfermeiros.
Se estas três reivindicações não forem resolvidas até 11 de janeiro, dia em que acontecerá uma nova ronda negocial, a CNESE irá avançar com a greve decretada para os dias 22, 23, 24 e 25 de janeiro, salientou.
Num dos dias realizar-se-á uma greve geral nacional e nos restantes será concretizado um dia de paralisação em cada região de saúde, explicou o presidente do SEP.
Às 14:00 de hoje, a comissão negociadora, que integra representantes dos ministérios da Saúde e das Finanças, reúne-se com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE).
Cerca de duas horas depois, reúne-se com o Sindicato Democráticos dos Enfermeiros (Sindepor) e com a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), os dois sindicatos que convocaram a greve cirúrgica.
Estes dois sindicatos reivindicam uma carreira que contemple a categoria de enfermeiro especialista, além de exigirem uma redução na idade da reforma, reivindicações que estiveram na base da greve em blocos operatórios que levou ao adiamento de milhares de cirurgias entre 22 de novembro e final de dezembro.
LUSA