O primeiro ato dos acontecimentos de hoje foi a libertação do líder da oposição, Leopoldo López, que estava em prisão domiciliária, por militares opositores de Maduro e transportado para a base militar La Carlota.
Lopez, antigo candidato à Presidência, foi preso em fevereiro de 2014 e condenado em setembro de 2015 a cerca de 14 anos de prisão.
Na sua história, a Venezuela sofreu cinco golpes de Estado, todos eles com a participação de militares, ocasionalmente apoiados por movimentos civis, e várias outras tentativas frustradas, desde que se tornou um Estado soberano, em 1830.
Hoje está em curso uma nova tentativa de golpe de Estado e que se for coroado de êxito será o sexto na lista.
A anterior tentativa foi denunciada pelo atual Presidente, Nicolás Maduro, a 25 de março de 2014, quando anunciou a detenção de três generais de aviação, a quem o próprio chefe de Estado acusou de tentarem incitar a Força Aérea contra o seu Governo.
Em 1992, o segundo governo democrático de Carlos Andrés Pérez (1974-1979 e 1989-1993) foi sacudido por duas tentativas de golpe.
A primeira ocorreu a 04 de fevereiro, quando cinquenta oficiais e um milhar de soldados, sob a ordem de cinco tenentes coronéis – entre eles, Hugo Chávez –, se rebelaram durante 10 horas em Caracas, Maracaibo, Maracay e Valência, causando duas dezenas de mortos.
Na segunda, a 27 de novembro, uma semana antes das eleições de governadores e autarcas, um grupo de militares e civis liderados pelos contra-almirantes Hernán Gruber Odremán e Luis Cabrera Aguirre e o general Francisco Visconti Osorio tentaram derrubar Pérez, que por sua vez acusou o partido político Bandera Roja e o movimento guevarista Tercer Camino de participar nessa tentativa.
A 11 de abril de 2002, o então Presidente Hugo Chávez foi afastado do poder durante dois dias depois de um golpe de Estado falhado.
Na Venezuela produziram-se também rebeliões militares conhecidas como o ‘Carupanazo’ e o ‘Portenazo’, ambos ocorridos em 1962.
Além disso, no início de 2019, pouco antes da autoproclamação de Juan Guaidó, a 23 de janeiro, cerca de 30 militares da Guarda Nacional Bolivariana revoltaram-se, em Caracas, contra o Governo de Maduro.
Este evento ocorreu pouco depois de o Parlamento, onde a oposição é maioritária, aprovar um decreto de lei que prometia uma amnistia a civis e militares que não reconhecessem Maduro como Presidente e contribuíssem para restaurar o regime democrático.
O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou hoje que os militares deram “finalmente e de vez o passo” para o acompanhar e conseguir "o fim definitivo da usurpação” do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"O 01 de maio, o fim definitivo de usurpação começou hoje", disse Guaidó num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter, no qual está acompanhado por um grupo de soldados na base de La Carlota, a leste de Caracas.
O Governo do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou, por seu lado, que está a enfrentar um golpe de Estado, de "um reduzido grupo de militares traidores" que estão a ser neutralizados.
LUSA