Em 17 de agosto, 120 pessoas foram retiradas do sítio da Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.
Vários munícipes foram para casas de amigos e familiares e outros foram alojados temporariamente nos centros comunitários de Câmara de Lobos e do Estreito de Câmara de Lobos.
Hoje, o presidente de Câmara de Lobos, Leonel Silva, disse que, dessas pessoas, 22 já foram realojadas.
Referindo-se especificamente às pessoas que estão no centro comunitário de Câmara de Lobos, o autarca perspetivou na segunda-feira que fossem todos realojados até ao final desta semana.
Questionado hoje sobre quando espera retirar as pessoas do centro comunitário, o autarca não quis avançar com uma data, admitindo que pode demorar “algumas semanas”.
“Neste momento, temos 35 pessoas no centro comunitário e durante este fim de semana vamos ficar só com 27 porque vão sair algumas pessoas do centro comunitário durante estes dias”, adiantou.
O presidente da Câmara acrescentou que espera na próxima semana realojar mais quatro famílias.
“Entretanto, temos já também 13 alojamentos identificados, mas que obrigam a algumas obras e podem demorar mais algumas semanas”, acrescentou.
Estes realojamentos estão a ser realizados em imóveis privados, da Câmara Municipal, do Governo Regional e de uma paróquia, referiu Leonel Silva.
No sábado, o autarca afirmou que a Fajã das Galinhas não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas e adiantou que a autarquia vai iniciar brevemente a construção de 30 moradias num investimento de 7,5 milhões de euros na zona do Castelejo, próxima da Fajã das Galinhas, localidade que não oferece riscos.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana.
Na segunda-feira, ao fim de 13 dias, a proteção civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida.
Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
Lusa