O inspetor-chefe José Aleixo falava hoje no aeroporto de Lisboa, na sequência da entrada em vigor na capital do plano de contingência que prevê mais meios humanos e eletrónicos nos aeroportos nacionais.
“O fluxo de passageiros é sempre elevado, vão sempre existir tempos de espera e filas, mas estamos a trabalhar para melhorar”, disse José Aleixo, acrescentando que hoje houve um reforço de quatro pessoas do SEF no turno da manhã e haverá mais quatro no da tarde.
O responsável disse também que este verão "vai superar o verão de 2019", insistindo: "Estamos a trabalhar para que o tempo de espera dos passageiros não seja tão elevado. Mas vão haver sempre filas, mesmo que tenhamos as 16 posições abertas, e mais outras quatro numa área mais pequena (…) onde desembarcam voos de estados terceiros, como da América do Norte e do Reino Unido".
Segundo o inspetor-chefe do SEF, entre as 05:20 e as 09:00 de hoje chegaram 25 voos com mais de quatro mil pessoas ao aeroporto de Lisboa.
Sobre o reforço de meios previsto no plano de contingência para os aeroportos nacionais, disse que os 102 efetivos previstos para reforçar o aeroporto de Lisboa vão entrando de forma progressiva, até dia 04 de julho: "a nossa parte operacional está a tratar do assunto e fará o melhor para otimizar esses recursos.
O inspetor-chefe do SEF adiantou ainda que os agentes da PSP estão igualmente a apoiar o SEF no controlo de fronteira “dentro das funções que lhe foram acometidas”.
O plano de contingência nacional prevê um reforço de 238 elementos do SEF e da PSP durante os meses de verão, mais 82% do que o efetivo atual nos postos de fronteira. O reforço será gradual até 04 de julho.
No total, os aeroportos portugueses vão ter 529 elementos para fazer controlo de fronteiras aos passageiros provenientes de voos de países fora da União Europeia.
O plano de contingência para os meses de junho a setembro contempla também várias soluções tecnológicas para o aeroporto de Lisboa.
Quanto aos meios eletrónicos disponíveis para entrada de passageiros, nomeadamente o reconhecimento eletrónico, que era usado apenas para países da UE e foi alargado a outras nacionalidades, o inspetor-chefe disse que já utilizaram o sistema passageiros do Japão, Nova Zelândia e Reino Unido. Dos 4.000 que até às 09:00 de hoje tinham chegado a Lisboa, cerca de 700 usaram o reconhecimento eletrónico.
O responsável do SEF reconheceu que sobretudo as pessoas que viajam pouco “ainda não estão bem identificadas com os meios tecnológicos”, mas disse que “já há uma percentagem considerável de passageiros – que varia consoante o perfil dos voos e dos passageiros – que já usam bastante esses meios [reconhecimento eletrónico]”, dando o exemplo dos passageiros com destino ao Reino Unido.
Sobre as 16 postos de entrada de passageiros, disse que estiveram todos a funcionar durante a manhã, mais três das quatro existentes para a entrada de passageiros de estados terceiros.
O plano de contingência para os postos de fronteira aérea nacionais para os meses de junho a setembro arrancou na quinta-feira no aeroporto de Faro e hoje em Lisboa, entrando em vigor de forma gradual. No final da primeira quinzena de junho estará operacional nos seis aeroportos.
O aeroporto de Lisboa é o que vai ser reforçado com mais efetivos, com 102, passando a ter 241, seguido de Faro, com mais 45 operacionais terá 104 elementos, e o do Porto, que terá mais 48 elementos, num total de 89.
Por sua vez o aeroporto do Funchal terá um reforço de 24 elementos, passando a ter nos meses de verão 48 efetivos, o de Porto Santo, contará com mais um elemento, num total de quatro, e o de Ponta Delgada terá mais 11 elementos, totalizando em 24 o efetivo envolvido.
As soluções tecnológicas vão ser implementadas no aeroporto de Lisboa, designadamente através da criação de uma equipa de controlo móvel reforçada com tecnologia ‘SEFMobile’ (app no telemóvel para controlo de fronteiras desenvolvida pela SEF) e desenvolvimento de um projeto-piloto para controlo antecipado de fronteiras, através de sistema de pré-registo por parte dos passageiros.
Durante os meses de verão, no aeroporto de Lisboa será ainda alargada a utilização das e-gates (permitem o processamento e leitura mais rápidos dos passaportes com dados biométricos) a outras nacionalidades com baixo risco migratório e o reforço de campanhas de sensibilização para a utilização das e-gates por parte de todos os passageiros elegíveis.