"Nós não participámos em nenhum diálogo porque isso corresponde a tarefas de outras organizações, mas o que defendemos é uma solução institucional e política na Venezuela", disse Rebeca Grynspan, em declarações à Lusa à margem do I Encontro de Negócios Ibero-Americano, que decorre hoje em Lisboa.
Questionada sobre se a imagem de recuperação económica dos Estados latino-americanos não fica em causa com a crise que se abateu sobre o maior produtor de petróleo da região, a secretária-geral Ibero-Americana respondeu que não.
"Os empresários entendem a diferença entre os países e os diferentes normativos legais, e para o empresariado não há um problema geral com a América Latina", vincou a responsável.
De resto, Rebeca Grynspan acrescentou que "as notícias na imprensa internacional sobre a América Latina são excessivamente negativas", e defendeu que isso acontece porque "as dificuldades da região são próprias de um desenvolvimento positivo".
O que se passa, concluiu, é que "há uma cidadania mais exigente e os cidadãos são menos tolerantes perante a corrupção e as desigualdades, e isso vai levar-nos a um lugar melhor, mas neste momento há um desencontro entre as expetativas dos cidadãos e as condições económicas e internacionais".
A Venezuela, que atravessa uma grave crise política, económica e social, prevê realizar, no próximo 20 de maio, eleições presidenciais antecipadas, um processo que é contestado pela oposição, que diz não existirem garantias de voto justo, livre e de transparência.
LUSA